Vice do Senado: nota de militares é “intimidatória” e “inaceitável”
Veneziano Vital do Rêgo defendeu presidente da CPI da Covid, afirmou que o senador não ofendeu as Forças Armadas e reagiu ao posicionamento
atualizado
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O vice-presidente do Senado Federal, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), classificou como “intimidatória” a reação do Ministério da Defesa à fala do presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), em sessão do colegiado. Veneziano defendeu que a manifestação das Forças Armadas “ultrapassou o limite”.
Em entrevista ao Metrópoles, o parlamentar defendeu que as “declarações não são aceitáveis”. “Eu enxerguei, na nota, um ultrapassar dos limites estabelecidos e constituídos constitucionalmente das Forças Armadas”, disse.
“O que vimos ontem [quarta-feira (7/7)], mesmo que não explicitamente, para não deixar de ser inaceitável, foi implicitamente intimidatório, em especial aquele último parágrafo. Toda palavra posta tem que ser sobrepesada. Eles [as Forças Armadas] podem até não terem tido a intenção, mas ficou exposta a intenção de intimidar a figura do presidente da CPI”, prosseguiu.
Veneziano disse ainda que se sentiu intimidado pela nota da Defesa.
“Eu estou convencido de que a intenção do ministro da Defesa e dos representantes das forças foi essa: de intimidar. Vejo que tenha sido um recado enviado pelo Planalto para a CPI. Não dissocio CPI de Senado – ela é, inconfundivelmente, o Parlamento. Não é a CPI que é ofendida, é a instituição Senado”, apontou.
Defesa de Aziz
O senador saiu em defesa de Aziz.
“O presidente da CPI não fez, em momento algum, qualquer ataque aos militares. Ele não generalizou. Pelo contrário, ele individualizou e, em nenhum instante, ele desrespeitou. Não houve propósito de deslustrar a importância e relevância das Forças Armadas. O comportamento do presidente Omar Aziz está longe de ter sido leviano e desrespeitoso, foi pontual e precisou quem mereceria as referências”, disse.
Veneziano negou, também, que o presidente Rodrigo Pacheco (DEM-MG) teria sido omisso ao não reagir à publicação. Ele foi cobrado em plenário pelo próprio presidente da CPI da Covid.
“Era um momento em que os integrantes da comissão de posicionavam. O presidente [Pacheco] precisa ter moderação, como teve. Essa deve ser sua postura, para que seu comportamento não suscite em um agravamento. Ele reconheceu o papel da CPI e mostrou a importância para qualquer inação das suas forças constituídas de segurança”, ressaltou.
Após a ameaça de crise institucional, Pacheco se reuniu, nesta quinta-feira (8/7), com o ministro da Defesa, Walter Braga Netto. Após o encontro, o presidente defendeu o episódio registrado na quarta-feira (7/7) é “fruto de um mal-entendido sobre a fala do colega senador Omar Aziz”. “Já foi suficientemente esclarecido e o assunto está encerrado”, finalizou.