Viagem de Lula à COP27 custou ao menos R$ 158 mil aos cofres públicos
Ao menos sete seguranças da Presidência da República foram deslocados para acompanhar Lula no Egito e em Portugal
atualizado
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A primeira viagem internacional de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após ser eleito para o seu terceiro mandato – e antes de tomar posse – custou ao menos R$ 158 mil aos cofres públicos.
Lula viajou à Sharm-El Sheikh, no Egito, em 14 de novembro, duas semanas depois de vencer o segundo turno das eleições, para participar da 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27). O petista ficou três dias no país africano e, em seguida, voou a Portugal, onde se encontrou com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa e o primeiro-ministro António Costa.
Nesse período, pelo menos sete servidores lotados na Presidência da República foram deslocados para acompanhar Lula, segundo levantamento do Metrópoles feito no Portal da Transparência.
Houve o gasto de R$ 68.242,76 em diárias, R$ 87.012,30 em passagens e R$ 3.250,87 em seguro.
O acompanhamento de servidores de segurança se dá devido à exigência legal para ex-presidentes e presidentes eleito, previsto na Lei nº 7.474, de 8 de maio de 1986.
Em nota, a assessoria de Lula argumentou que o presidente eleito, antes mesmo de assumir, ajudou a melhorar a imagem e relações internacionais em temas de interesse direto do país. “Teve reuniões com a chanceler da Alemanha, e autoridades dos Estados Unidos, China, Noruega, Espanha, União Europeia, além do secretário-geral das Nações Unidas”, acrescentou.
Jatinho
A viagem de Lula à COP27 também ficou marcada pela “carona” que ele pegou no jatinho do empresário José Seripieri Filho, conhecido como Júnior, fundador da Qualicorp, para ir ao Egito e a Portugal. Os dois são amigos há cerca de 10 anos.
A “carona” foi alvo de críticas da oposição e até de aliados do petista. Em seu discurso na COP27, o ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, Joaquim Leite, chegou a citar políticos que usaram jatos para ir ao evento.
Lula justificou que tinha “um amigo que queria ir na COP e que tinha um avião”.
“Fui com ele num avião novo, de boa qualidade, com muita segurança, porque é importante lembrar que um presidente eleito tem que cuidar da sua segurança, sobretudo num país em que você tem bolsonaristas raivosos se espalhando pelo mundo. Segurança é uma coisa séria e quem tem responsabilidade de cuidar somos nós”, disse.
“Se o Estado brasileiro fosse democrático, e a gente tivesse um presidente responsável, quem sabe ele tivesse oferecido um avião da FAB para me levar. Mas não ofereceu. Paciência. Sou grato ao meu amigo que foi comigo e me emprestou o avião”, declarou Lula.