Via Twitter, Lula critica prisão de Temer e ataca Lava Jato
Usando a hashtag #RecadodoLula, o petista disse que “ninguém pode ser preso sem o devido processo legal”
atualizado
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O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou pelo seu Twitter a prisão de Michel Temer (MDB), também ex-presidente. “Ninguém pode ser preso sem o devido processo legal”, disse o petista usando a hashtag #RecadoDoLula.
Instituições poderosas como o MP e a PF não podem ficar fazendo espetáculo. Todo aquele que cometer um crime, se o crime for provado, tem que ser punido. Seja o Temer, ou o Lula. Seja o FHC ou o Bolsonaro. Ninguém pode ser preso sem o devido processo legal. #RecadoDoLula
— Lula (@LulaOficial) 21 de março de 2019
O petista aproveitou para atacar a Operação Lava Jato, afirmando que a força-tarefa “tenta desviar a atenção do descrédito em que estava caindo e do fundo de 2,5 bilhões que negociaram com os EUA”.
A Lava Jato tenta desviar a atenção do descrédito em que estava caindo e do fundo de 2,5 bilhões que negociaram com os EUA. A Força Tarefa não precisa de pirotecnia para sobreviver, precisa de sobriedade. #RecadoDoLula
— Lula (@LulaOficial) 21 de março de 2019
Mais cedo, o Partido dos Trabalhadores divulgou nota no mesmo tom, acusando ainda o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro e a força-tarefa da Lava Jato de atacarem o Congresso, o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Entenda
A detenção do ex-presidente se deu no âmbito da operação Descontaminação, um desdobramento da Lava Jato, e cumpre oito mandados de prisão preventiva, dois mandados de prisão temporária e 26 de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, além do Distrito Federal. Parte da apuração se refere ao pagamento de propinas para a construção da usina Angra 3, no Rio de Janeiro.
A investigação teria como base as delações do empresário José Antunes Sobrinho, ligado à Engevix, e do operador financeiro Lucio Funaro. Sobrinho citou acordo sobre “pagamentos indevidos que somam R$ 1,1 milhão, em 2014, solicitados por João Baptista Lima Filho, coronel da reserva da Polícia Militar e amigo de Temer desde os anos 80, e pelo ministro Moreira Franco, com anuência do então presidente, no contexto do contrato da AF Consult Brasil com a Eletronuclear.
Além de Temer, Moreira Franco e o coronel Lima, os pedidos de prisão atinge Maria Rita Fratezi, arquiteta e mulher do coronel Lima; Carlos Alberto Costa, sócio do coronel Lima na Argeplan; Carlos Alberto Costa Filho, diretor da Argeplan e filho de um dos envolvidos na operação; Vanderlei de Natale, sócio da Construbase e Carlos Alberto Montenegro Gallo, administrador da empresa CG IMPEX.