Vereadores entregam novo requerimento de impeachment contra Crivella
Reunião com funcionários da Comlurb, onde o prefeito aparece pedindo votos para o filho e outros políticos, motivou nova denúncia
atualizado
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A oposição protocolou, nesta terça-feira (18/9), na Câmara de Vereadores do Rio, um novo requerimento de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella (PRB), conforme antecipado pela colunista Berenice Seara, do jornal Extra.
O pedido foi impulsionado por mais uma denúncia publicada pelo Globo contra o mandatário. Ele aparece em um vídeo, durante uma reunião com funcionários da Comlurb, realizada na última quinta-feira (13), pedindo votos para o filho e outros políticos na quadra da Estácio de Sá, na Região Central da cidade. Será a segunda vez que o Legislativo decidirá se abre a investigação, que poderia resultar no afastamento de Crivella. As informações são de O Globo desta terça.
Nesta semana, o prefeito do Rio virou réu num processo por improbidade administrativa após a Justiça aceitar a denúncia do Ministério Público no caso conhecido como “fala com a Márcia”. Agora, ele é acusado de usar a máquina pública para fazer campanha eleitoral para o filho, candidato a uma vaga no Congresso Nacional.
No entanto, a tramitação do processo de impeachment ao longo do mês de setembro deverá enfrentar dificuldades. Mais de 20 vereadores, inclusive da oposição a Crivella, são candidatos nas eleições de outubro a cargos, que vão de governador (Tarcísio Motta, PSOL), vice-governador (Cláudio Castro, PSC), senador (Cesar Maia do Democratas e Flávio Bolsonaro do PSL) até as vagas para deputado federal e estadual.
É o caso da própria Teresa Bergher (PSDB ), candidata à Câmara de Deputados. Boa parte das sessões realizadas ao longo de agosto e setembro tem caído por falta de quórum. Além disso, mesmo que a base não esteja plenamente articulada, é pouco provável para a oposição obter o apoio de 34 vereadores para iniciar qualquer processo de impeachment ainda este ano.
De qualquer forma, mesmo que este processo tenha início, não estaria descartada a híopótese de Crivella responder permanecendo no cargo. No episódio envolvendo a reunião no Palácio da Cidade, a maioria dos vereadores decidiu seguir orientação de parecer da Procuradoria da Câmara do Rio na qual entendia que, se o processo fosse aprovado, ele deveria responder sem deixar a Prefeitura.
Além do pedido, os vereadores protocolaram uma CPI para investigar Crivella. De acordo com a vereadora Teresa Bercher (PSDB), trata-se de um caminho mais fácil para a oposição. Dezessete vereadores assinaram o documento.
“Para abrir o processo de impeachment, precisaremos de 26 votos. Isso é muito difícil. A CPI é uma alternativa, pois são necessárias apenas 16 assinaturas para o prefeito ser investigado”, afirmou a vereadora.