metropoles.com

Vacinômetro do governo: 11 dos 22 ministros de Estado já se vacinaram

Apesar de discurso errático de Bolsonaro, maioria dos ministros já se vacinou ou informou que tomará imunizante quando chegar a vez

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
Hasteamento da Bandeira Nacional no Palácio da Alvorada com o presidente Jair Bolsonaro e ministros
1 de 1 Hasteamento da Bandeira Nacional no Palácio da Alvorada com o presidente Jair Bolsonaro e ministros - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) segue com a tática de questionar a eficácia das vacinas contra a Covid, 11 dos 22 dos ministros já tomaram ao menos uma dose do imunizante. Na capital federal, onde residem, a vacinação está na faixa etária de 49 anos; pessoas com comorbidades acima dos 18 anos também já podem se imunizar.

O primeiro ministro do governo Bolsonaro a se vacinar foi o decano Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), de 73 anos. Em seguida, foi a vez de Paulo Guedes, do Ministério da Economia, com 71 anos. Tereza Cristina, da Agricultura, foi a terceira imunizada. Ela tem 66 anos, a mesma idade do presidente da República. Os três tomaram a Coronavac.

Em 28 de abril, durante uma reunião no Ministério da Saúde da qual participou sem saber que estava sendo gravado, o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Casa Civil, 64, anunciou que se vacinou “escondido”. Segundo ele, a orientação do Palácio do Planalto era “não fazer alarde”. Ramos não sabia que o encontro estava sendo transmitido ao vivo, nas redes sociais do ministério. Outro ministro militar vacinado foi Bento Albuquerque (Minas e Energia). Ramos e Bento tomaram a AstraZeneca.

Além deles, foram vacinados com a primeira dose a ministra Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e os ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), Carlos França (Relações Exteriores), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações) e Gilson Machado (Turismo) —  os três últimos vacinados pelo chefe da Saúde, o médico Marcelo Queiroga. Este, por sua vez, foi vacinado antes de entrar no cargo, por ser profissional de saúde.

O presidentes do Banco Central, Roberto Campos Neto, e da Caixa, Pedro Guimarães, também foram vacinados por Queiroga nos últimos dias.

4 imagens
Marcelo Queiroga vacina Gilson Machado (Turismo) contra a Covid-19
Marcelo Queiroga vacina o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, contra a Covid-19
Marcelo Queiroga vacina o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, contra a Covid-19
1 de 4

Marcelo Queiroga vacina Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações) contra a Covid-19

Myke Sena/Ministério da Saúde
2 de 4

Marcelo Queiroga vacina Gilson Machado (Turismo) contra a Covid-19

Myke Sena/Ministério da Saúde
3 de 4

Marcelo Queiroga vacina o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, contra a Covid-19

Walterson Rosa/Ministério da Saúde
4 de 4

Marcelo Queiroga vacina o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, contra a Covid-19

Myke Sena/Ministério da Saúde

Além dos 11 ministros, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, 67, já tomou as duas doses da vacina Coronavac e incentivou a população a fazer o mesmo.

Aos 57 anos, a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) já está em idade de se vacinar e havia informado que tinha a intenção de fazê-lo, porém até o momento sua assessoria não informou se ela já se imunizou.

Outro ministro que já poderia ter se vacinado à essa altura é Onyx Lorenzoni, 66 anos, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência. Por meio de sua assessoria, ele informou que está controlando a imunidade e, a princípio, tomará a vacina quando todos estiverem vacinados. O discurso é o mesmo do presidente Bolsonaro, que tem dito que vai esperar o último brasileiro da fila se imunizar.

Procurados, os ministros Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura) e Fábio Faria (Comunicações) disseram que pretendem se vacinar quando chegar a vez na fila. Eles têm 45 e 43 anos, respectivamente.

Não responderam a reportagem as assessorias dos ministros Walter Braga Netto (Defesa), Milton Ribeiro (Educação), João Roma (Cidadania), André Mendonça (Advocacia-Geral da União), Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Anderson Torres (Justiça).

A assessoria do ministro Wagner Rosário, da Controladoria-Geral da União, informou que ele não irá se manifestar por se tratar de “assunto pessoal relacionado ao ministro e não de atribuições institucionais do órgão”.

7 imagens
1 de 7

2 de 7

3 de 7

4 de 7

5 de 7

6 de 7

7 de 7

Arte Metrópoles
Autoridades do governo infectadas

Dos 22 ministros do governo, 15 foram diagnosticados com Covid-19 desde o ano passado. A lista inclui nomes que não compõem mais o primeiro escalão do governo, como Jorge Oliveira, ex-titular da Secretaria-Geral, Marcelo Álvaro Antônio, ex-chefe do Turismo, e Eduardo Pazuello, ex-chefe do Ministério da Saúde.

O presidente Jair Bolsonaro foi infectado pelo vírus em julho do ano passado. No dia 25 do mesmo mês, anunciou que estava curado. Além de Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão também apresentou diagnóstico positivo para a Covid-19, bem como a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

No início de maio, durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro afirmou que havia apresentado sintomas de uma possível reinfecção da Covid-19.

Na ocasião, ele não informou se fez um teste para confirmar o diagnóstico, mas disse que tomou um medicamento sem comprovação científica e eficácia contra a doença e que, no dia seguinte, estava bem.

Apesar de dizer que apresentou sintomas, o presidente não ficou em isolamento social, como orienta o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Nas últimas semanas, Bolsonaro cumpriu expediente normal e de forma presencial, no Palácio do Planalto, e realizou viagens pelo país.

Vacinação de Bolsonaro

Bolsonaro está apto para se vacinar contra a Covid-19 desde 3 de abril, quando o governo do Distrito Federal liberou a imunização para pessoas com 66 anos – idade do presidente.

No ano passado, em diversas ocasiões, o mandatário declarou que não tomaria a vacina porque já estava imunizado por ter sido infectado. Especialistas afirmam, entretanto, que a imunização é imprescindível para quem já contraiu a doença, pelo risco de reinfecção e disseminação do vírus.

Recentemente, Bolsonaro tem dito que não vê problema algum em se vacinar, mas que caso o faça, será o “último da fila”.

Na última quinta-feira (17/6), durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, o presidente afirmou que quem já contraiu a Covid-19 está imunizado “até de forma mais eficaz” que a própria vacinação contra a doença.

“Todos que já contraíram o vírus estão vacinados. Até de forma mais eficaz que a própria vacina, porque você pegou o vírus para valer. Então, quem pegou o vírus, não se discute, está imunizado”, disse.

“Eu estou vacinado, entre aspas [por ter sido infectado]. […] A questão da vacina, né… Eu estou dando exemplo. Depois que a última pessoa se vacinar, eu me vacino, tá? Enquanto isso, eu continuo tranquilo na minha”, prosseguiu Bolsonaro.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?