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Uma semana após tomar posse, presidente da Apex desiste do cargo

Alex Carneiro pode ser substituído pelo embaixador Mario Vilalva, formado em direito pela UnB: decisão será de Bolsonaro

atualizado

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Apex/Divulgação
alex presidente da apex
1 de 1 alex presidente da apex - Foto: Apex/Divulgação

Durou exatamente uma semana a chefia do gestor público Alex Carreiro (foto em destaque) à frente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Ele foi empossado como presidente da entidade no último dia 3 e pediu exoneração do cargo nesta quarta-feira (9/1).

As razões que levaram Carreiro a decidir deixar o posto não foram oficialmente reveladas (procurada, a Apex ainda não se manifestou), mas ele estaria insatisfeito com suposta falta de autonomia para indicação de diretores da agência – definidos pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Também teriam pesado contra o presidente da agência o fato de ele não ser fluente em inglês nem ter experiência anterior em comércio exterior: sem esses pré-requisitos, só poderia ficar caso o estatuto da Apex fosse modificado. Apesar de avalizado por Araújo, ele seria indicação do deputado federal e filho do presidente da República Eduardo Bolsonaro, de quem é amigo pessoal.

O ministro Ernesto Araújo publicou em sua conta no Twitter o pedido de exoneração do subordinado e notícias sobre possível substituto (veja abaixo), mas ainda não há informações se o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), aceitará a demissão de Carreiro, a primeira baixa de seu governo: o assunto será discutido em reunião nesta noite.

Formado em comunicação social e pós-graduado em gestão pública, Alex Carreiro disse em sua posse pretender fortalecer e ampliar o trabalho da Apex-Brasil. Isso seria feito, afirmou, investindo nos funcionários da agência e no diálogo com os agentes que atuam no ciclo da exportação no Brasil, incluindo o setor produtivo, ministérios e o Congresso Nacional.

“Quando assumi o desafio de presidir a Apex-Brasil, já sabia que teria à disposição um corpo técnico de altíssima qualidade. Mas fiquei muito impressionado, não só com a competência técnica dessas pessoas, mas, sobretudo, com o comprometimento de cada uma delas para garantir que a Apex-Brasil continue a ser a principal parceira das nossas empresas, promovendo a internacionalização dos negócios e atraindo investimentos para o país”, elogiou, conforme publicado no site da agência. “Quero deixar claro que o nosso plano é valorizar e incentivar o trabalho sério de cada um que esteja comprometido com o sucesso do Brasil”, disse.

Nesta terça, Carreiro informou que demitiria 17 comissionados que trabalharam na agência durante as últimas gestões petistas. Para substituí-los, o gestor pretendia convocar 11 aprovados em concurso realizado no mês passado. A Apex estima que as substituições resultem em economia de R$ 6 milhões ao ano.

Entre os exonerados estava Ana Seleme, esposa do ex-assessor especial da Presidência da República e ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, que ficou conhecido como “homem da mala” de Temer, ao ser preso quando carregava uma mala com R$ 500 mil. Segundo Rocha Loures, o dinheiro era propina paga pela J&F ao então presidente da República.

Ana exercia o cargo de assessora de Negócios Internacionais II, com salário de R$ 19 mil, e teve a demissão assinada também nesta terça.

Novo chefe
O nome escolhido pelo chanceler Ernesto Araújo para substituir Carreiro no comando da Apex – mas que ainda precisa do aval do presidente Jair Bolsonaro – é o do embaixador carioca Mario Vilalva, que se formou em direito pela Universidade de Brasília em 1976. No mesmo ano, ele ingressou no Itamaraty, após graduar-se no Instituto Rio Branco. Diplomata de carreira, serviu como cônsul-geral nas embaixadas brasileiras em Washington e Boston (EUA), Pretória (África do Sul), Roma (Itália) e Lisboa (Portugal). Também foi o embaixador do Brasil em Santiago (Chile), Lisboa (Portugal) e Berlim (Alemanha).

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, é especializado na chamada “diplomacia econômica”. No Brasil, de 1993 a 1996, integrou a assessoria direta de dois ministros das Relações Exteriores: Celso Amorim e Luiz Felipe Lampreia. Também no país atuou como secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento e secretário-executivo da Comissão de Financiamento Externo do Brasil (Cofiex), entre 1999 e 2000. De 2000 a 2006, respondeu como diretor-geral do Departamento de Promoção Comercial do Ministério da Relações Exteriores, encarregado da promoção das exportações brasileiras e dos investimentos estrangeiros no Brasil.

 

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