Um dia após depor à PF no caso Moro, Bolsonaro faz live de 5ª
Presidente foi ouvido pela Polícia Federal, na noite desta quarta-feira,, no inquérito que apura suposta interferência na corporação
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) realizou na noite desta quinta-feira (4/11) a sua semanal e já tradicional transmissão ao vivo nas redes sociais.
Veja como foi:
A live ocorreu um dia depois de o chefe do Executivo federal depor à Polícia Federal (PF), na noite dessa quarta-feira (3/11), no inquérito que apura se Bolsonaro interferiu na corporação para beneficiar aliados e familiares em eventuais investigações.
O inquérito foi aberto após o ex-ministro da Justiça Sergio Moro ter deixado o governo acusando o presidente de interferência na PF.
A demissão foi motivada pela exoneração de Maurício Valeixo, então diretor-geral da PF, no ano passado. No depoimento, Bolsonaro disse que a troca ocorreu por “falta de interlocução”.
Valeixo era homem de confiança de Moro e chegou à direção da PF pelo próprio ministro. Quando o presidente pediu a troca na diretoria, o então ministro tentou intervir, mas, sem sucesso, acabou pedindo demissão.
O depoimento ocorreu após determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). O prazo era de 30 dias e terminava em 7 de novembro.
Com o depoimento de Bolsonaro, a Polícia Federal deverá remeter o inquérito ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a quem cabe decidir sobre eventual denúncia contra o chefe do Executivo nacional.
Provas
Moro usa como provas da denúncia mensagens trocadas com o presidente em um aplicativo, e a reunião ministerial de 22 de abril de 2020.
No encontro, Bolsonaro reclamou que já teria tentado mexer na segurança e não conseguiu. A fala foi gravada e posteriormente liberada para divulgação pelo STF.
“Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro e oficialmente não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar foder minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele. Se não puder trocar o chefe, troca o ministro. E ponto-final. Não estamos aqui para brincadeira”, disse o presidente na ocasião.