Ucrânia responde a Lula e diz que não abrirá mão da Crimeia
Porta-voz da diplomacia da Ucrânia, Oleg Nikolenko, afirmou que “não há razão legal, política ou moral” para abrir mão da Crimeia
atualizado
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O governo ucraniano afirmou, nesta sexta-feira (7/4), que não desistirá da Crimeia – território anexado pela Rússia em 2014. A declaração é do porta-voz da diplomacia do país, Oleg Nikolenko. De acordo com ele, Kiev não abrirá mão do território com o objetivo de acabar com a guerra.
“Não há razão legal, política ou moral para que a Ucrânia abra mão de um centímetro sequer de seu território”, afirmou o diplomata nas redes sociais.
“Qualquer esforço de mediação para restabelecer a paz deve basear-se no respeito pela soberania e na plena restauração da integridade territorial da Ucrânia, de acordo com a Carta das Nações Unidas”, completou. A declaração acontece na esteira da formulação sugerida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
There is no legal, political or moral reason why Ukraine should give up even a centimeter of its land. Any mediation efforts to restore peace must be based on respect for the sovereignty and full restoration of Ukraine's territorial integrity in accordance with the UN Charter.
— Oleg Nikolenko (@OlegNikolenko_) April 7, 2023
Sugestão de Lula
Na quinta-feira (6/4), Lula sugeriu que a Ucrânia abrisse mão da península da Crimeia e a deixasse de vez com a Rússia para facilitar um armistício ou acordo de paz. Segundo o petista, Volodymyr Zelensky, “não pode querer tudo”.
“[Vladimir] Putin não pode ficar com o território da Ucrânia. A Crimeia pode ser discutida. Mas o que ele invadiu de novo, ele tem que repensar”, disse Lula durante um encontro com jornalistas no Palácio do Planalto, em Brasília.
A sugestões de Lula acontecem em meio à tentativa de mediação do conflito pelo governo brasileiro. Na próxima semana, o petista deve apresentar um projeto ao presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim.