Tuíte irônico sobre Bolsonaro derruba assessora de Dilma
Pedido de desculpas não foi o suficiente para evitar a demissão. Paula Zagotti também encerrou sua conta no Twitter.
atualizado
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O atentado a faca sofrido pelo candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, nesta quinta-feira (6/9) à tarde, em Juiz de Fora (MG), já causou a primeira baixa nas hostes adversárias. Por conta de um comentário no Twitter em que dava “parabéns” a Bolsonaro por “estimular a violência”, Paula Zagotti, assessora de imprensa da campanha de Dilma Rousseff ao Senado por Minas Gerais, perdeu o emprego.
Logo após a agressão sofrida pelo candidato do PSL, Paula foi às redes sociais para dar um “recado” ao adversário: “O feitiço virou contra o feiticeiro. Quem planta ódio colhe ódio. Metralhar petralhas? Parabéns por estimular a violência, @jairbolsonaro!”, ironizou na sua conta do Twitter.
A repercussão foi enorme, principalmente depois que o post recebeu destaque na coluna do Lauro Jardim, de O Globo. E, na maior parte, negativa. Tanto que, pouco tempo depois, Paula apagou o comentário, substituindo-o por outro: “Fui mal interpretada, por isso deletei o meu último tuíte. Lamento o comentário infeliz. Repudio qualquer tipo de violência contra quem quer que seja”.
O pedido de desculpas não foi o suficiente para evitar a demissão. Paula Zagotti também encerrou sua conta no Twitter.
Internautas lembraram ataque a Lula
Contudo, vários comentários como o de Paula ocuparam as redes sociais nesta tarde. Muitos lembravam que, quando do atentado à caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 27 de março, entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, na região central do Paraná, houve bastante reação contrária ao então pré-candidato a presidente e seu partido. Na ocasião, ônibus da comitiva petista foram atingidos por pedras, paus, ovos e até um tiro.
O próprio Jair Bolsonaro ironizou o episódio, especulando que o tiro que atingiu o ônibus foi dado pelos próprios petistas. Na ocasião, o candidato do PSL disse: “Lula quis transformar o Brasil num galinheiro. Agora, está por aí, colhendo ovos por onde passa”.
No Twitter, vários jornalistas relembraram, nesta quinta, o episódio do atentado a Lula. Veja abaixo:
Inaceitável a agressão à Bolsonaro e a qualquer cultura do ódio e violência. Aproveitadores do acaso elevam a instabilidade política e a especulação na economia. Lembrando que no ataque à caravana de Lula, Bolsonaro afirmou que era um show e Alkimin que o PT colhia o que plantou.
— Marcio Pochmann (@MarcioPochmann) 6 de setembro de 2018
O ataque contra o candidato Jair Bolsonaro é inaceitável. Também foram inaceitáveis os tiros contra a caravana do ex-presidente Lula no início do ano. A violência não é a solução. Nunca. Não é justificável.
— Matheus Leitão (@Mleitaonetto) 6 de setembro de 2018
Quando foi o Lula, Bolsonaro ironizou e disse que foi trabalho interno. E agora, o que o candidato tem a dizer?https://t.co/uNtY43P2EX
— Ricardo Echer (@ricardoecher) 6 de setembro de 2018
O discurso de ódio e animosidade do PT não carrega para o partido, em um milímetro, a responsabilidade pelos tiros à caravana de Lula. Assim como o discurso agressivo e, não raro, de ódio de Bolsonaro não o torna responsável pelo ataque que sofreu, como alguns já sugerem.
— Diego Escosteguy (@diegoescosteguy) 6 de setembro de 2018