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Tucanos resistem a plano de Alckmin para a Previdência

Recém-eleito presidente do PSDB, Alckmin quer punir todos os deputados que votarem contra a reforma, marcada para ir à plenário no dia 18

atualizado

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Antônio Cruz/Agência Brasil
governador de São Paulo, Geraldo Alckimim, participa do Seminário Nacional sobre Aplicação de Medidas Socioeducativas a Adolescentes Infratores
1 de 1 governador de São Paulo, Geraldo Alckimim, participa do Seminário Nacional sobre Aplicação de Medidas Socioeducativas a Adolescentes Infratores - Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

O presidente do PSDB, governador Geraldo Alckmin, já enfrenta resistências para cumprir seu primeiro desafio político à frente do partido e, assim, obrigar toda a bancada da Câmara a apoiar a reforma da Previdência, com discussão marcada para esta semana e votação prevista na próxima semana. Parte dos deputados rejeita uma eventual imposição da Executiva nacional da legenda e qualquer possibilidade de punição caso votem contra as mudanças nas regras da aposentadoria. A direção tucana ainda não decidiu sobre o tema.

O governador de São Paulo, pré-candidato à Presidência da República em 2018, surpreendeu até mesmo aliados ao defender essa proposta publicamente após a convenção na qual foi eleito, anteontem, em Brasília. Seu gesto, associado aos elogios à agenda de reformas e à política econômica do governo Michel Temer, foi bem recebido pelo Palácio do Planalto e pode abrir uma janela de negociação com o PMDB para a próxima eleição.

Segundo o primeiro-vice-presidente do PSDB, também eleito anteontem, governador Marconi Perillo (GO), o governo vai precisar liberar recursos por meio de emendas aos parlamentares para conseguir aprovar a reforma.

Os líderes do PSDB terão dificuldades, porém, para unificar a bancada em torno do fechamento de questão – quando a bancada deve votar em bloco pelo apoio ou pela rejeição de uma proposta, sob risco de punição, desde a advertência até a expulsão. O Placar da Previdência, elaborado pelo Grupo Estado, mostra que dos 46 deputados federais do PSDB, apenas sete disseram que votarão a favor da reforma – 12 são contrários à proposta, 11 estão indecisos e 16 não quiseram responder.

“Fechar questão é uma medida extrema. Isso ainda não foi discutido”, disse o deputado federal Ricardo Tripoli (SP), líder do PSDB na Câmara.

Em avaliações reservadas na legenda, tucanos afirmam que o fechamento de questão, caso seja aprovado pela Executiva nacional, terá apenas um valor simbólico, uma vez que não haveria punição para quem descumprisse a ordem partidária. “Se for para expulsar o deputado do partido, acho difícil fechar questão. Hoje não há consenso na bancada”, afirmou o senador Tasso Jereissati (CE).

Com a determinação, porém, os deputados dizem que ganhariam o argumento em suas bases de que foram “obrigados” a seguir a orientação do PSDB. Alckmin já afirmou que pretende trabalhar para persuadir os parlamentares sobre a necessidade de aprovação da reforma.

“O que o governador Geraldo Alckmin disse é que o convencimento é a melhor maneira de conseguir votos. O fechamento de questão vai ser discutido pela bancada e pelo partido se o projeto for colocado em votação”, disse o deputado Silvio Torres (SP), secretário-geral do PSDB.

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