TSE rebate Bolsonaro e diz que nunca houve nada de anormal com sistema eleitoral
O presidente citou um ataque hacker ao código-fonte do TSE como prova de fraude eleitoral. Corte aponta que urna não é conectada à internet
atualizado
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Em nota divulgada nesta quinta-feira (5/8), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rebateu os argumentos usados por pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para, em seu entendimento, provar que houve fraude nas eleições e que o sistema eletrônico de votações, hoje vigente no Brasil, não é seguro.
Bolsonaro argumentou que uma resposta do próprio tribunal, em 2018, admite a vulnerabilidade do sistema porque hackers teriam acessado o código-fonte dos programas e, com isso, poderiam ter alterado o resultado.
Já o TSE esclareceu que nada de anormal ocorreu no episódio citado pelo presidente.
“O acesso indevido, objeto de investigação, não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018. Isso porque o código-fonte dos programas utilizados passa por sucessivas verificações e testes, aptos a identificar qualquer alteração ou manipulação. Nada de anormal ocorreu”, responde a nota.
Outro ponto enfatizado pela Corte Eleitoral é que jamais as urnas eletrônicas entraram em rede, ou seja, nunca estiveram conectadas. Por isso, nunca estiveram suscetíveis a invasões de hackers.
“Cabe reiterar que as urnas eletrônicas jamais entram em rede. Por não serem conectadas à internet, não são passíveis de acesso remoto, o que impede qualquer tipo de interferência externa no processo de votação e de apuração. Por essa razão, é possível afirmar, com margem de certeza, que a invasão investigada não teve qualquer impacto sobre o resultado das eleições”, rebateu o TSE.
O inquérito que apura o ataque ao sistema interno no TSE, em 2018, corre em segredo de justiça na Polícia Federal. De acordo com o TSE, a PF nunca comunicou qualquer elemento indicativo de fraude.
Confira a íntegra da nota divulgada pelo TSE:
Em referência ao inquérito da Polícia Federal que apura ataque ao seu sistema interno, ocorrido em 2018, o Tribunal Superior Eleitoral esclarece que:
1. O episódio de 2018 foi divulgado à época em veículos de comunicação diversos. Embora objeto de inquérito sigiloso, não se trata de informação nova.
2. O acesso indevido, objeto de investigação, não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018. Isso porque o código-fonte dos programas utilizados passa por sucessivas verificações e testes, aptos a identificar qualquer alteração ou manipulação. Nada de anormal ocorreu.
3. Cabe acrescentar que o código-fonte é acessível, a todo o tempo, aos partidos políticos, à OAB, à Polícia Federal e a outras entidades que participam do processo. Uma vez assinado digitalmente e lacrado, não existe a possibilidade de adulteração. O programa simplesmente não roda se vier a ser modificado.
4. Cabe reiterar que as urnas eletrônicas jamais entram em rede. Por não serem conectadas à internet, não são passíveis de acesso remoto, o que impede qualquer tipo de interferência externa no processo de votação e de apuração. Por essa razão, é possível afirmar, com margem de certeza, que a invasão investigada não teve qualquer impacto sobre o resultado das eleições.
5. O próprio TSE encaminhou à Polícia Federal as informações necessárias à apuração dos fatos e prestou as informações disponíveis. A investigação corre de forma sigilosa e nunca se comunicou ao TSE qualquer elemento indicativo de fraude.
6. De 2018 para cá, o cenário mundial de cybersegurança se alterou, sendo que novos cuidados e camadas de proteção foram introduzidos para aumentar a segurança dos demais sistemas informatizados.
7. Por fim, e mais importante que tudo, o TSE informa que os sistemas usados nas Eleições de 2018 estão disponíveis na sala-cofre para os interessados, que podem analisar tanto o código-fonte quanto os sistemas lacrados e constatar que tudo transcorreu com precisão e lisura.