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Tréplica de Moro: cabe ao presidente explicar motivo de troca na PF

Em nova provocação ao presidente, ex-juiz diz que classificou como “fofoca” reportagem sobre investigação porque a PF não tinha ingerência

atualizado

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Adicionando mais um capítulo na troca de farpas com seu ex-chefe, o ex-ministro Sergio Moro respondeu a novos ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na noite desta terça (05/05) e, em nota, o desafiou “respeitosamente” a “‘explicar como o inquérito se relacionaria com a substituição do Diretor-Geral da PF”. O inquérito a que ambos se referem é uma investigação sobre produção de fake news que corre em sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF) e que foi o pivô do desentendimento entre ambos.

Desde a demissão de Moro, ainda no final de abril, o ex-ministro e o presidente têm debatido o significado de mensagens enviadas por Bolsonaro nas quais cobra seu então ministro com uma reportagem do site O Antagonista, que revela parlamentares bolsonaristas como alvos do inquérito presidido pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo.

Nesta terça, após a divulgação da íntegra do depoimento de Moro acusando Bolsonaro, o presidente mostrou o próprio telefone a repórteres ao chegar no Palácio da Alvorada.

“Como presidente da República eu me sinto chateado de fazer isso. Mas como lamentavelmente o senhor Sergio Moro mostrou o telefone dele, vou mostrar uma parte do meu. Isso daqui foi mostrado nas televisões. Polícia Federal na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas. Embaixo eu escrevi para ele: ‘mais um motivo para a troca’”, disse o presidente.

O Moro diz: ‘Isso é fofoca’. Foi ele quem disse que o link que eu mandei para ele no dia anterior era fofoca”, mostrou o presidente. “Essa é a prova mais forte contra a minha pessoa. E foi ele quem disse que era fofoca. Sinal de que ele teve acesso ao processo e diz que é fofoca. Aí no dia seguinte ele começa a mudar de figura”, completou.

A resposta de Moro:

Em nota enviada a jornalistas, o ex-juiz federal afirma que, nas duas vezes em que Bolsonaro enviou o link, ele tentou “minimizar o fato, afirmando que quem conduzia o inquérito era o ministro Alexandre de Moraes e que a PF só cumpria ordens”. O ex-ministro diz que usou a palavra “fofoca” nesse sentido, “de que a PF nada fazia além de seu trabalho regular”.

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Sergio Moro foi ministro da Justiça no governo Bolsonaro
Sergio Moro já prestou depoimento na PF sobre acusações contra Jair Bolsonaro
Ex-ministro Sergio Moro ao deixar cargo no governo Bolsonaro
Em 2018, Moro anuncia que aceitou cargo no governo Bolsonaro
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Ex-juiz Sergio Moro é aposta do Podemos para candidatura ao Planalto

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Sergio Moro foi ministro da Justiça no governo Bolsonaro

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Sergio Moro já prestou depoimento na PF sobre acusações contra Jair Bolsonaro

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Ex-ministro Sergio Moro ao deixar cargo no governo Bolsonaro

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Em 2018, Moro anuncia que aceitou cargo no governo Bolsonaro

HENRY MILLEO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

 

Em seguida, Moro provoca: “Entendo, respeitosamente, que cabe ao presidente da República explicar como o inquérito se relacionaria com a substituição do Diretor-Geral da PF”.

Veja a íntegra da nota de Sergio Moro:

“Nota em relação à divulgação de nova mensagem de texto pelo Presidente da República sobre inquérito no STF, envolvendo deputados bolsonaristas: O Presidente me enviou, nos dias 22 e 23 de abril, o mesmo link do site Antagonista com o título “PF na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas”. Nas duas vezes, ciente da intenção do Presidente de substituir o Diretor Geral da PF, busquei minimizar o fato, afirmando que quem conduzia o Inquérito era o Ministro Alexandre de Moraes e que a PF só cumpria ordens. A “fofoca” empregada na resposta à primeira mensagem tem esse sentido, de que a PF nada fazia além de seu trabalho regular. Já em relação à segunda mensagem do Presidente, não consegui responder à afirmação dele de que a existência deste inquérito seria “mais um motivo para troca na PF”. Entendo, respeitosamente, que cabe ao Presidente da República explicar como o inquérito se relacionaria com a substituição do Diretor-Geral da PF. Esclareço que a presente nota foi produzida apenas porque o próprio Presidente trouxe esse debate a público na data de hoje.

Curitiba, 05/05/2020, Sérgio Fernando Moro”.

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