“Toda punição é pouca pra esse cara”, diz Bolsonaro sobre anestesista
Presidente relacionou conduta do médico à ideologia de esquerda e questionou a formação educacional do abusador
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou, nesta terça-feira (12/7), a violência sexual cometida pelo anestesista Giovanni Quintella, que foi flagrado estuprando uma grávida durante o parto no Rio de Janeiro. Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, ele relacionou a conduta do médico à ideologia de esquerda e questionou a formação educacional do abusador.
“O caso ontem de uma mulher num hospital tendo uma criança. Vocês viram o médico fazendo barbaridade do lado? Nas páginas sociais desse médico, tem um ídolo de esquerda lá, alguém sabe quem é esse ídolo de esquerda? Vê se a imprensa vai falar alguma coisa a esse respeito aí. Infelizmente não tem prisão perpétua no Brasil, né?”, disse Bolsonaro.
“A gente pensa, né: qual a educação desse cara? O que ele aprendeu na faculdade? Lógico que ele aprendeu a ser anestesista lá, mas o que mais foi ensinado na faculdade para ele? O que tinha no centro acadêmico? Qual a ideologia dessa universidade? Qualquer punição é pouca pra esse cara”, prosseguiu.
As falas de Bolsonaro foram divulgadas por um canal no YouTube simpatizante.
Entenda
O anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, foi denunciado por funcionárias do Hospital da Mulher, de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, na madrugada de segunda-feira (11/7).
As funcionárias filmaram o homem colocando o pênis na boca de uma mulher que havia acabado de fazer um parto cesariana. O crime dura cerca de 10 minutos e, ao final, o médico pega um papel para limpar a boca da vítima. Ele foi preso na madrugada desta segunda-feira (11/7).
No domingo (10/7), Giovanni estava na terceira cirurgia com a mesma equipe quando foi flagrado pela equipe de enfermagem, que armou o flagrante.
A equipe mudou a sala de cirurgia para que o parto acontecesse no local onde o celular estaria gravando, dentro de um armário com vidro escuro, na posição onde o anestesista ficaria.
Há cerca de um mês a equipe de enfermagem já tinha notado atitudes fora do padrão de Giovanni. Uma delas era tentar dificultar a visão dos outros médicos durante a cirurgia, com um pano. A sedação em excesso e a movimentação suspeita durante a cirurgia também levaram colegas de trabalho a desconfiar do profissional.
Na tarde desta terça-feira (12/7), Giovanni Quintella irá passar pela audiência de custódia no presídio de Benfica.