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Titulares da CPI aumentam em até 624% número de seguidores no Twitter

Todos os membros titulares tiveram alta na quantidade de seguidores na rede social. Marcos Rogério foi o que mais cresceu; veja números

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1 de 1 28_05_2021_13_43_42 - Foto: Arte Metrópoles

Memes, tira-teimas, resgate de tuítes antigos, sugestões de perguntas e outras estratégias têm sido recursos usados no Twitter pelos senadores que fazem parte da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.

Em um mês de funcionamento da CPI, todos os 11 senadores titulares registraram aumento no número de seguidores no Twitter, acumulando um total de 236.658 novos usuários seguindo suas páginas. Os dados foram coletados pelo Metrópoles com base na plataforma Social Blade – serviço de rastreamento de estatísticas e análise de mídias sociais.

Integrante da tropa de choque do governo, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) foi o titular que mais se beneficiou com o aumento da exposição, e teve o maior aumento no percentual de seguidores: 624%. Apesar disso, ele é o sexto parlamentar em número de usuários que acompanham sua página.

Em seguida, aparecem o presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), com 67,49% de crescimento; Otto Alencar (PSD-BA), com 50,59%; e o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), com um acréscimo de 35,32% na quantidade de seguidores.

As menores altas ficaram com os governistas Ciro Nogueira (PP-PI) e Jorginho Mello (PL-SC) e o independente Eduardo Braga (MDB-AM).

O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), tem atraído seguidores em razão de seu jeito despachado e sincero. Por meio de seu perfil oficial na rede do passarinho, ele interage com os seguidores até mesmo durante as sessões.

A um usuário que perguntou qual filme veria no fim de semana, respondeu: “‘Retroceder nunca… render-se jamais!’. Aziz também recorre a emoticons e ao uso de figuras do momento, como a cantora e ex-BBB Karol Conká.

Já o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), teve um crescimento mais tímido, de 13,18%, na média dos 11 senadores. Ao inquirir os depoentes, ele costuma fazer um bloco com as chamadas “perguntas dos internautas”, enviadas pelas redes sociais.

Engajamento das postagens

Todos os senadores tiveram aumento no engajamento – a soma de likes, retweets e comentáros – gerado pelas suas postagens por causa da CPI. Em alguns casos, ele começou um pouco antes dos trabalhos oficiais, quando os partidos já debatiam quem integraria a comissão. Dentre eles, três casos se destacam.

O primeiro deles é Renan Calheiros. Em 1º de abril, a média móvel referente ao engajamento diário de suas postagens estava em 476. Esse número começou a crescer até atingir o pico de 3.088, na véspera do início da CPI. Depois disso, um novo recorde foi batido, em 19 de maio, quando o engajamento médio chegou a 6 mil. Foi o dia da primeira parte do depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

Outro caso de destaque é Randolfe Rodrigues. Logo antes de a CPI começar, o engajamento médio de suas postagens era 590. Ele começou a crescer com o início da CPI e chegou a 9,7 mil, em 26 de maio.

O terceiro é o senador Marcos Rogério, um dos mais ferrenhos defensores do presidente Jair Bolsonaro dentro da CPI. Suas postagens geravam baixo engajamento, nunca passando de 90, até as sessões terem início. A partir de 4 de maio, a participação subiu vertiginosamente, atingindo um pico de 7,7 mil em 27 de maio.

Consulte o engajamento de cada senador abaixo:

Espaço de interação

Para a cientista política e mestre em comunicação Mariah Sampaio, há evidências de que as redes sociais se tornaram um ponto de conexão com o público, o que aproxima representantes de representados.

Ela observa que houve uma “mudança de chave” entre parlamentares, que passaram a identificar as redes sociais como um espaço importante para se estar, e estar com qualidade, o que diminui a distância do eleitorado.

Mariah Sampaio, pesquisadora do Centro de Estudos em Comunicação, Tecnologia e Política (UnB) e do Grupo de Pesquisa Comunicação Eleitoral (UFPR), ressalta que há que se considerar aspectos como a desigualdade de conexão entre os brasileiros – 70% estão conectados, o que não significa que estejam digitalmente incluídos – e as bolhas ideológicas formadas em cada perfil.

“Resguardadas todas essas questões, as redes sociais são esteira, elas traduzem, de certa forma, a cultura política e o que está sendo pautado”, continua Mariah. A conexão serve tanto para fornecer informações quanto para criar engajamento, em uma espécie de retroalimentação.

“Isso está sendo gerenciado cada vez mais. Ali não é só um espaço de transparência, em que o parlamentar coloca suas atividades ou demonstra o que está fazendo. É um espaço em que ele tem que interagir, porque as pessoas estão ali”, diz a pesquisadora.

Mariah lembra ainda que o Twitter é uma rede social com linguagem informativa e de opinião, de pauta quente e imediata, o que ajuda a indicar as razões para estar sendo explorada tanto por quem acompanha quanto por quem participa da CPI.

Além disso, os espaços de participação digital ainda são muito institucionalizados, e há uma facilidade maior para encontrar as pessoas nas redes sociais, onde elas já estão, do que levá-las para outras páginas institucionais.

Enquanto senadores da oposição usam tuítes como fonte de informação e munição para atuar, os governistas buscam na rede respaldo e suporte. De todo modo, o público tende a seguir os dois lados. “A CPI da pandemia está nos holofotes. As pessoas querem informações sobre isso, querem escutar o que está acontecendo dos dois lados. A gente está em um cenário de polarização”, explica ela.

Para os senadores que usam as redes sociais com o objetivo de se aproximar do eleitorado, Mariah diz: “Cuidado para não esquecer que rede social é relacionamento, não adianta você querer estar ali presente, só postar e não, de fato, interagir, só responder às pessoas que gosta ou concorda, ou deixar pessoas sem resposta, isso diz muito sobre a imagem e sobre o quão acessível o parlamentar é. Então, precisa, mesmo, se relacionar”.

“Atrás de cada arroba tem uma pessoa”, conclui a pesquisadora.

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