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Testemunha de Cunha, Lula chama Temer e Moreira Franco de “ingratos”

Segundo o petista, eles não o agradeceram pela nomeação para a vice-presidência da Caixa Econômica Federal, em 2010

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Luiz Inácio Lula da Silva durante evento do PT em Brasília. – Brasília(DF), 24/04/2017
1 de 1 Luiz Inácio Lula da Silva durante evento do PT em Brasília. – Brasília(DF), 24/04/2017 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prestou depoimento nesta terça-feira (4/7), no Fórum de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, como testemunha de defesa do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso. No interrogatório, o petista chamou o atual chefe do Executivo nacional, Michel Temer (PMDB), de “ingrato”.

Isso porque, segundo Lula, o peemedebista e o hoje ministro da Secretaria-Geral do Palácio do Planalto, Moreira Franco, não o agradeceram pela nomeação do chefe da pasta para a vice-presidência da Caixa Econômica Federal, em 2010.

O depoimento ocorreu no âmbito do processo que acusa o peemedebista e o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) de integrarem um esquema de corrupção na Caixa.

A oitiva foi tomada via videoconferência, pelo juiz federal de Brasília Vallisney de Souza Oliveira. A audiência durou menos de dez minutos. Nela, Lula disse que não recebeu qualquer pedido de Temer para que Moreira Franco fosse nomeado vice-presidente da Caixa. Lula afirmou que a indicação teria sido do próprio PMDB e de toda a base aliada.

O ex-presidente ressaltou que a escolha “normalmente passava pelo ministro das Relações Institucionais, Ministério da Fazenda e Casa Civil”. Segundo ele, depois desse caminho, a nomeação era levada novamente à Presidência da República e, não havendo nada que desabonasse o escolhido, era confirmado.

Além disso, Lula disse não se recordar de um suposto encontro em que Temer e Moreira, ainda em 2010, teriam agradecido a ele a nomeação e a confiança. “Não agradeceram. Foram ingratos”, disse.

Liberação
No depoimento, Lula também afirmou desconhecer qualquer influência de Cunha na liberação de recursos do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) e uma preferência para projetos que fossem de interesse da Odebrecht. Ele também afirmou não saber de nenhuma irregularidade no financiamento do projeto do Porto Maravilha (revitalização da área portuária para a Olimpíada).

Cunha é suspeito de ter cobrado propina para liberar empréstimo com juros reduzidos por meio do FI-FGTS. Segundo a Polícia Federal, o fundo teria gerado cerca de R$ 20 milhões de propina para políticos — o deputado cassado, preso em Curitiba, está entre eles. Alves, ex-ministro do Turismo, que está preso em Natal (RN), é réu na mesma ação penal.

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