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“Tenho poder de decretar lockdown, mas jamais farei isso”, diz Bolsonaro

Desde o início da pandemia, o presidente reclama das medidas de restrição impostas por governadores e prefeitos

atualizado

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Presidente Jair Bolsonaro
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Crítico ferrenho das medidas de restrição contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a reclamar do lockdown — ação de fechamento do comércio e mitigação da circulação de pessoas.

Nesta quinta-feira (14/10), o chefe do Palácio do Planalto afirmou que poderia decretar um fechamento total no país, mas que “jamais” faria isso.

“Eu tenho poderes para, via decreto, fazer com que o passaporte vacinal seja imposto em todo o Brasil. Eu tenho poder também de decretar lockdown hoje em todo o Brasil, mas jamais eu farei isso. Qual recado eu quero dar pra vocês? Eu estou aqui, no momento, na cadeira presidencial, estou sentado nela. Se tivesse aquele cara que foi segundo lugar nas eleições de 2018 [referindo-se a Fernando Haddad (PT), segundo colocado no pleito], pode ter certeza de que ele teria assinado decretos nesse sentido. O pessoal critica o presidente da República, mas tem que ver o que nós estamos fazendo”, ponderou, em entrevista à Rádio Novas de Paz, de Recife (PE).

Desde o início da pandemia, Bolsonaro reclama das medidas de restrição impostas por governadores e prefeitos. Para ele, essas iniciativas prejudicam a economia. A temperatura chegou a tal nível que o Supremo Tribunal Federal (STF) teve que intervir.

“Eu não fechei uma só casa de comércio. Poderia ter fechado todo o Brasil. Muitos governadores e prefeitos fizeram barbaridades e continuam fazendo até hoje”, criticou. “A OMS [Organização Mundial de Saúde], que é muito instável, — eu já critiquei e critico muito a OMS em muitos aspectos, apesar de não ser médico, mas a crítica tem que fazer parte do nosso dia a dia — é contra o passaporte vacinal. Agora, o Supremo Tribunal Federal delegou poderes para governadores e prefeitos tomarem todas as medidas relativas ao combate à Covid.”

Atualmente, uma das principais discussões entre autoridades sanitárias é a adoção do passaporte da vacina, ou seja, a exigência de comprovação de imunização para habilitar a população a frequentar bares, festas e outros locais de acesso coletivo.

O presidente recorrentemente é flagrado promovendo aglomeração entre apoiadores e circulando sem máscara de proteção. Ele já chegou a ser multado algumas vezes por infringir a medida de contenção do novo coronavírus. A última ocasião ocorreu no fim de semana, quando a prefeitura de Peruíbe (SP) o multou em R$ 500 por não utilizar o equipamento facial.

Panorama

Desde o início da vacinação, em 17 de janeiro, com a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, o Ministério da Saúde distribuiu 310,4 milhões de doses, dentre as quais 249,3 milhões já foram aplicadas, entre primeira, segunda e dose única.

Ao todo, o Brasil registrou 21,6 milhões de casos de Covid-19, e 602 mil pessoas morreram com complicações da doença.

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