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“Temos provas sobejas do ‘ministério paralelo'”, diz relator da CPI

O senador Renan Calheiros afirmou que a reconvocação do ex-ministro Eduardo Pazuello tem um caráter pedagógico e o chamou de “maluco”

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oitiva do ex-secretário das Comunicações Fabio Wajngarten e o relator Renan calheiros
1 de 1 oitiva do ex-secretário das Comunicações Fabio Wajngarten e o relator Renan calheiros - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou, nesta quinta-feira (27/5), que há provas demasiadas da existência do “ministério paralelo” de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia da Covid-19 e destaca que a investigação tem focado na aposta do “tratamento precoce” em detrimento da vacinação.

“Eu queria dizer que as expectativas todas, sem exceção, que tínhamos caminharam no sentido das materializações. Temos provas sobejas do ‘ministério paralelo’, consultoria que despachava com o presidente da República e decidia diferente do Ministério da Saúde. Temos provas de algumas pessoas que participaram dessa consultoria”, declarou o relator a jornalistas.

O colegiado convocou, nessa quarta-feira (26/5), o ex-assessor da Presidência da República Arthur Weintraub, após o Metrópoles publicar reportagem e vídeo indicando que ele coordenou o grupo de aconselhamento paralelo de Bolsonaro. O assessor da Presidência Filipe Martins e o empresário Carlos Wizard, ambos supostos integrantes do “Ministério Paralelo”, também foram convocados.

“Com relação a esse processo de aquisição de vacina e do tratamento precoce, não da sua eficácia [da cloroquina para a Covid-19], pois não estamos discutindo isso. O que nós queremos investigar é se essas coisas foram priorizadas em detrimento da vacinação dos brasileiros. Esse é o norte da investigação”, acrescentou.

O “tratamento precoce”, defendido por Bolsonaro e aliados, consiste na utilização de cloroquina e ivermectina, medicamentos com a comprovação científica de ineficácia para o tratamento da Covid-19.

“Maluco”

O relator da CPI da Covid chamou o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello de “maluco” e criticou o presidente Jair Bolsonaro, recordando as provocações e as atitudes erradas desde o início da pandemia da Covid-19, mesmo depois de outros líderes mundiais, como o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, corrigirem as atitudes. “O governo continua a fazer as mesmas coisas”, disse.

“Mas essa convocação tem efeito pedagógico: dizer a esse maluco [Pazuello] para não continuar a delinquir, a aglomerar pessoas, porque isso sido motivo da morte de milhares de brasileiros. É um desrespeito à instalação da própria CPI”, afirmou.

Pazuello e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foram reconvocados a prestar depoimento à CPI. As datas, contudo, não estão definidas.

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Diretor do Butantan, Dimas Covas, em depoimento na CPI da Covid
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O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, prestou depoimento por cerca de 7 horas nesta quinta. Ele foi o décimo depoente do colegiado. Antes dele, a comissão parlamentar ouviu, nessa terça, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro.

Os senadores também ouviram os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello, além do atual chefe da Saúde, Marcelo Queiroga.

O ex-chanceler Ernesto Araújo, o gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, também prestaram depoimentos.

A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.

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