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Temer: tem que ter um candidato que defenda o legado do governo

Para presidente, medidas como reformas trabalhistas e do ensino médio, além do teto dos gastos, devem unir partidos para barrar oposição

atualizado

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Dida Sampaio
TEMER / MARIANO RAJOY
1 de 1 TEMER / MARIANO RAJOY - Foto: Dida Sampaio

Em entrevista exibida nesta sexta-feira (2/2) pela RedeTV!, o presidente Michel Temer defendeu que haja um candidato a sua sucessão que defenda as medidas aprovadas na gestão do emedebista. Como exemplo, ele citou o teto dos gastos públicos e as reformas trabalhista e do ensino médio. “Vou estar de olho nisso”, avisou.

Além disso, o presidente ressaltou que todos os políticos que são a favor dessas medidas devem se unir em torno de uma única candidatura, para que a chance de vitória seja maior. “É preciso ter um candidato que represente uma ultrafacção”, disse. “Muitas candidaturas vão diversificar a opinião atenta do eleitor”, alertou.

Temer disse ainda que duvida que alguma candidatura de oposição ao seu governo, seja o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou outro nome apoiado pelo petista, faça uma campanha contra as suas reformas.

Quem for de oposição e quiser combater o nosso governo terá de dizer que é contra o teto dos gatos, que vai gastar à vontade, que é contra a reforma do ensino médio, que é contra a modernização trabalhista, contra a queda da inflação e a queda dos juros. Terá de dizer que é contra uma porção de coisas que nós fizemos. Duvido que alguém venha a assumir uma candidatura dizendo isso, porque isso se incorporou ao nosso sistema

Michel Temer, em entrevista à Rede TV

Para o presidente, os nomes que podem defender o seu governo “estão se convencendo” de que é preciso ter uma candidatura única para enfrentar a esquerda. Disse também que será positivo para o Brasil que haja um candidato que defenda o seu governo e outra que seja contra, para simplificar a decisão do eleitor.

Ele reconheceu que Lula é um líder popular e que a última pesquisa de intenção de voto, que o mantém na liderança, mostrou que, caso o petista seja candidato, terá muitos votos – mesmo com a condenação em segunda instância pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. “São votos que se revelam hoje, mas que podem não se revelar amanhã”, disse Temer.

Sem citar o nome do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), outro pré-candidato à Presidência, o presidente afirmou que o eleitor brasileiro “não gosta de radicalismos”. “Todo e qualquer radicalismo o brasileiro sempre repudiou e vai continuar repudiando. Ele vai perguntar: qual é o programa? O que vai fazer por mim? Eu confio nele? Tem que ir com a cara do candidato”, pontuou.

Aposentadoria
O presidente disse ainda que a suspensão da sua aposentadoria por dois meses, em razão do fato de não ter feito a chamada prova de vida, lhe agradou por ter sido uma mostra de que foi tratado “como brasileiro”, independentemente de ser o presidente da República. “É um tratamento igualitário que engrandece as instituições”, afirmou.

Temer recebe aposentadoria por ter sido procurador do Estado de São Paulo e ficou sem receber o dinheiro nos meses de novembro e dezembro porque não fez a prova de vida, procedimento que obriga o aposentado a comparecer anualmente para comprovar que está vivo e continuar recebendo o benefício. “No meu caso, pode-se ver diariamente que continuo vivo”, brincou o presidente.

O presidente disse esperar que esse tipo de burocracia mude, para que seja mais fácil ao aposentado provar que está vivo: “Quem sabe o meu exemplo possa servir para isso?”. Em nota, o Palácio do Planalto explicou que Temer não fez a prova de vida por falta de tempo.

Os jornalistas que conduziram a entrevista aproveitaram o tema para perguntar sobre a saúde do presidente, que passou por três cirurgias no ano passado, uma no coração e duas na uretra. Ele garantiu estar muito bem. Segundo ele, os procedimentos cirúrgicos melhoraram muito a sua qualidade de vida: “Convivia com mal estar, mas hoje não tenho mais”.

Segurança Pública
De acordo com o presidente, o governo federal estuda formas de intervir mais diretamente na questão da segurança pública dos Estados, e para isso avalia a criação de um ministério específico para o tema e até mesmo mudanças constitucionais.

Na entrevista, o emedebista lembrou que a segurança é uma atribuição dos estados e municípios, mas que a União passou a ter que atuar mais diretamente nos últimos anos, enviando até mesmo o Exército em algumas situações de emergência em lugares como Espírito Santo, Rio de Janeiro, Amazonas e Rio Grande do Norte.

“Primeiro mudamos o nome do Ministério da Justiça e Cidadania para Justiça e Segurança Pública. Agora estamos estudando criar um Ministério de Segurança Pública” para interferir mais na questão, disse Temer. “Não será improvável que tenhamos que modificar a Constituição” para isso, emendou.

Segundo o presidente, uma ideia que também está sendo debatida é a de realizar reuniões semanais com representantes do governo e secretários estaduais de segurança pública para coordenar os esforços na área. Ele acrescentou que um dos focos será os presídios, onde foram registradas várias rebeliões desde o fim de 2016.

 

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