Temer tem encontro fora da agenda com Raquel Dodge, futura PGR
Encontro ocorreu no mesmo dia em que o presidente pediu ao ministro Edson Fachin, do STF, a suspeição de Rodrigo Janot
atualizado
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O presidente Michel Temer (PMDB) recebeu na noite de terça-feira (8/8), no Palácio do Jaburu, a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em encontro marcado fora da agenda oficial. Raquel chegou por volta das 22h, em seu carro oficial. A assessoria do Planalto confirmou o encontro e disse que Temer atendeu ao pedido de Raquel para conversar sobre a sua posse no cargo, que será realizada no dia 18 de setembro, um dia depois do encerramento do mandato do seu algoz, o atual procurador, Rodrigo Janot.
O encontro de Temer e Dodge foi realizado no mesmo dia em que o presidente pediu ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato e do caso JBS no Supremo Tribunal Federal, a suspeição – e impedimento – do atual procurador-geral, por meio de seu advogado, o criminalista Antônio Claudio Mariz de Oliveira.
Neste momento, Janot ameaça dar entrada em uma nova denúncia contra Temer por obstrução de justiça e formação de quadrilha. A ação arquivada pela Câmara na semana passada, foi por acusação de corrupção passiva. Temer diz que as acusações são infundadas e ineptas.
O recebimento para uma conversa do ex-presidente da JBS, Joesley Batista, fora de agenda, depois das 22h, no Jaburu, fora da agenda, foi exatamente o motivo da maior crise política enfrentada pelo presidente da Republica, que levou a tentativa de abertura de processo contra ele no STF, derrubada na semana passada pela Cãmara. Neste encontro, Joesley Batista gravou Temer e a conversa foi o objeto da ação.
Temer estava em São Paulo durante toda esta terça-feira, 8. Chegou a Brasília por volta das 18 horas, despachou no Planalto até às 21h25, seguindo para o Jaburu. O presidente embarca daqui a pouco para o Rio de Janeiro, onde participa da solenidade de abertura do Encontro Nacional de Comércio Exterior.
Raquel Dodge foi indicada por Temer para substituir Janot em 28 de junho, e em 12 de julho, seu nome foi aprovado para comandar o Ministério Público Federal pelo Senado.