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Temer recebe solidariedade dos militares em café da manhã

Objetivo do presidente é explicar os últimos acontecimentos que abalaram seu governo e se defender perante as Forças Armadas

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Dilma Rousseff fez um pronunciamento aos brasileiros e ao Senado Federal – Brasília – DF 16/08/2016
1 de 1 Dilma Rousseff fez um pronunciamento aos brasileiros e ao Senado Federal – Brasília – DF 16/08/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O presidente Michel Temer recebe, às 9h30 desta sexta-feira (19/5), no Palácio da Alvorada, solidariedade dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, ao lado do ministro da Defesa, Raul Jungmann. O chefe do Executivo nacional convidou os comandantes para um café da manhã, quando pretende lhes dar explicações sobre os últimos acontecimentos que abalaram seu governo, apresentar sua versão para o fatos e se defender.

O peemedebista está sendo pressionado a renunciar por causa das denúncias apresentadas em delação premiada do empresário Joesley Batista, do grupo JBS, de que teria sugerido que o presidente avalizou a sua iniciativa de comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso.

O gesto dos comandantes militares tem um importante componente político já que significará uma espécie de endosso das Forças Armadas a Temer, que é alvo de investigação do Supremo Tribunal Federal (STF), está sob julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e na mira de oito pedidos de impeachment no Congresso.

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, que estava a caminho do Timor Leste e retornou ao Brasil diante do agravamento da crise, desembarcará agora na manhã desta sexta-feira na capital federal e também irá ao café da manhã.

Na quinta-feira (18/5), os comandantes militares assistiram ao pronunciamento de Temer, negando que tenha tentado comprar o silêncio de Cunha e pedindo pressa nas investigações pelo STF, ao lado de Raul Jungmann, no gabinete do titular do Ministério da Defesa.

Na ocasião, a avaliação feita foi de que a fala de Temer foi “firme”, “contundente”, “convincente” e “curta, como deveria ser”. As avaliações davam conta, ainda, de que, a partir de então, o momento era de esperar como o meio político reagiria, embora o entendimento inicial fosse de que não haveria debandada e os ministros se manteriam ao lado de Temer, pelo menos por enquanto.

O próprio Jungmann, cujo partido PPS pregava o afastamento do governo, na reunião, comunicou aos comandantes que permaneceria no cargo. Em seguida, o ministro seguiu para o Planalto para confirmar sua decisão a Temer. Os militares acreditam ainda que as novas apurações e divulgações, assim como a reação do Congresso e das ruas a tudo isso é que definirão o que acontecerá no país.

Caserna
Pouco mais tarde, coube ao comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas se pronunciar pelas redes sociais, defendendo o cumprimento de todas as regras constitucionais.

O comandante do Exército disse que “a Constituição Federal Brasileira há de ser sempre solução a todos os desafios institucionais do país. Não há atalhos fora dela!”. A afirmação do general reflete o sentimento dos outros dois comandantes da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, e da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Rossato, que acabou fazendo o papel de porta-voz das Forças Armadas.

Os comandantes estão alinhados com o ministro da Defesa e entendem que a sua permanência no cargo contribui para a estabilidade no Brasil. Ressaltam, no entanto, que qualquer solução no país tem de vir seguindo todas as regras constitucionais escritas, como tem acontecido até agora.

Os militares estão tranquilos e acompanhando todo o desenrolar dos acontecimentos à distância. Esta solidariedade, no entanto, poderá ser alvo de críticas de diversos segmentos da sociedade e até mesmo da reserva das Forças Armadas.

Temer tem um excelente relacionamento com os comandantes militares. A aproximação entre eles se deu quando a ex-presidente Dilma Rousseff delegou a missão ao então vice-presidente de coordenar o Plano Estratégico de Fronteiras, que integra as Forças Armadas e polícias no combate ao tráfico e ao contrabando vindo de países vizinhos.

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