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Temer pretende fazer pronunciamento contra segunda denúncia

O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou para a próxima semana a suspensão de uma eventual nova acusação formal

atualizado

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Michel Temer
1 de 1 Michel Temer - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Na estratégia de rebater uma eventual segunda denúncia a ser apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o presidente Michel Temer (PMDB-SP) pretende fazer pronunciamento político assim que a peça for apresentada. De acordo com um de seus auxiliares, ele deve subir o tom do discurso.

No campo jurídico, Temer sofreu, nesta quarta-feira (13/9), duas derrotas no Supremo Tribunal Federal (STF): a Corte rejeitou declarar como suspeito o procurador-geral Rodrigo Janot e adiou para a próxima semana a suspensão de uma eventual segunda denúncia.

Com isso, a Justiça deixou aberta uma janela para que Janot denuncie Temer novamente antes do fim de seu mandato na PGR. Temer participa da solenidade de posse da nova procuradora-geral, Raquel Dogde, na manhã da próxima segunda-feira (18), antes de viajar para os Estados Unidos.

O discurso do presidente deve repetir a tese de que o delator Lúcio Funaro mente e não merece credibilidade, assim como as gravações dos empresários da JBS. Janot também deve ser alvo.

A ideia é dizer que o procurador-geral se aproveita de Funaro para deixar legado. Além disso, tentar salvar sua imagem depois da divulgação de uma foto em que aparece sentado à mesa em um bar de Brasília ao lado do advogado Pierpaolo Bottini, que atua para a JBS.

Assessores de Temer dizem acreditar que Janot tentará vincular as declarações de Funaro a de outros delatores para acusar Temer de atuar, de forma contínua, em uma organização criminosa. Assim, conseguiria justificar a denúncia, porque os fatos relatados pelo corretor são anteriores à data em que o peemedebista assumiu a Presidência.

Temer repetirá, com essa estratégia, o que fez por ocasião da primeira denúncia contra ele. No fim de junho, ele afirmou que a acusação era uma “ilação” da Procuradoria e mirou no ex-procurador da República Marcelo Miller, que auxiliava Janot e teve um pedido de prisão negado pelo Supremo, dizendo que recebera “milhões” para sair do Ministério Público e trabalhar na defesa do frigorífico JBS.

O presidente chegou a insinuar que o dinheiro não fosse unicamente para Miller e que poderia ter beneficiado Janot, embora tenha negado essa intenção.

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