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Temer pretende agora fatiar reforma ministerial

Presidente indica que fará mudanças por fases e não vai pedir a saída em bloco dos titulares da Esplanada que forem candidatos

atualizado

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RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
Esplanada dos Ministérios
1 de 1 Esplanada dos Ministérios - Foto: RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

O presidente Michel Temer indicou a aliados, nesta quarta-feira (15/11), que deve fazer uma reforma ministerial por fases e não trocar de uma só vez, como pretendia, todos os ministros que desejam disputar as eleições de 2018.

Temer já havia começado a sondar ministros em reuniões sobre o tema, mas partidos da base governista reagiram, preocupados com a disposição do presidente de mudar os titulares da Esplanada dos Ministérios de forma antecipada, já em dezembro. A ideia é que as trocas comecem no próximo mês, mas um segundo bloco de ministros pode deixar o governo em março, seguindo o calendário eleitoral.

“Não passa pela cabeça dele (Temer) mexer em 17 ministérios. Ele sabe que tem que resolver, mas não é trocando 17 ministros num momento como esse. Vai fazer em duas etapas, acho que uma primeira fase e depois em março, que é o prazo fatal de quem é candidato, e todo mundo está preparado para isso. Tem ministro que nem sabe se vai ser mesmo candidato ou não”, disse o vice-líder do governo, deputado Beto Mansur (PRB-SP).

Mansur afirmou que Temer está numa rodada de conversas com ministros, presidentes dos partidos e lideranças e admitiu a necessidade de mexer na “desproporcionalidade” do PSDB – o partido ainda comanda três pastas após a saída de Bruno Araújo das Cidades.

Reservadamente, auxiliares de Temer e ministros ponderam que ainda planejavam faturar politicamente com ações do governo no início do ano que vem. Os ministros que pretendem se candidatar a cargos eletivos (de governador, senador ou deputado) são obrigados por lei a se desincompatibilizar seis meses antes do primeiro turno e trabalhavam com esse prazo.

Também desconforta aos alvo de investigação no Supremo – e não detentores de mandato – antecipar a perda do foro privilegiado.

O Palácio do Planalto quer promover as substituições apenas depois de tentar aprovar na Câmara dos Deputados a reforma da Previdência. A intenção do governo é usar a troca como contrapartida para garantir votos de apoio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, que altera as regras de aposentadorias

Ideia de Aloysio
O ministro da Secretaria-Geral, Moreira Franco, afirmou nesta quarta-feira (15), por meio de uma rede social, que não foi dele, mas do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, a ideia de fazer uma reforma ministerial ampla, substituindo todos os titulares de pastas que serão candidatos até meados de dezembro.

A informação de que a ideia teria partido de Moreira foi publicada pela colunista Vera Magalhães, do jornal O Estado de S. Paulo. No Twitter, além de nomear Aloysio o autor da proposta, o ministro da Secretaria-Geral ainda criticou a intenção ao afirmar que a “ideia é útil ao país, nem tanto ao governo”. Procurado, o ministro Aloysio Nunes, em viagem à Ásia, não respondeu às afirmações de Moreira.

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