Temer não terá ato de posse em caso de afastamento de Dilma
O vice-presidente, porém, poderá realizar cerimônias de posse para todos os novos ministros
atualizado
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Caso assuma o comando do País com o afastamento da presidente Dilma Rousseff pelo Senado esta semana, o vice-presidente Michel Temer não terá direito a qualquer cerimônia de posse. Ele passará a ser presidente interino automaticamente depois que Dilma for notificada pelo primeiro-secretário do Senado, Vicentinho Alves (PR-TO), de que foi destituída do cargo por até 180 dias, período em que deverá ser julgada pelos senadores pelo crime de responsabilidade.
Temer, porém, poderá realizar cerimônias de posse para todos os ministros. O vice já avisou auxiliares que trocará todos os ocupantes do primeiro escalão do governo Dilma, mas a prioridade, segundo interlocutores, é empossar inicialmente os ministros que despacham no Palácio do Planalto e os integrantes da equipe econômica.
Ministros
O vice-presidente se reuniu por cerca de seis horas no domingo (8/5), no Palácio do Jaburu, em Brasília, com o economista Henrique Meirelles, que será o ministro da Fazenda caso o peemedebista assuma a Presidência.
De acordo com um dos presentes, na reunião Meirelles fez uma explanação sobre a situação econômica do país. Caso o Senado decida afastar a presidente Dilma Rousseff por 180 dias, Temer terá que dar sinais imediatos do que pretende fazer para alavancar a economia.
A equipe econômica do novo governo terá pela frente as medidas encaminhadas no final da semana passada ao Legislativo pelo governo Dilma. Entre elas está o projeto de lei que reajusta a tabela do Imposto de Renda (IR) e, em compensação, eleva em R$ 5,35 bilhões a carga tributária das empresas, heranças e doações em 2017.
No campo político, a três dias da votação do processo de impeachment no Senado, Temer ainda discute nomes que deverão compor seu ministério, caso assuma a Presidência. O principal e mais estratégico cargo sem titular definido é o de ministro da Justiça.