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Temer “lutou” pelo impeachment de Dilma, diz Eduardo Cunha em livro

Tchau, Querida – O Diário do Impeachment, que será lançado em abril, fala dos bastidores do processo contra a petista, na versão de Cunha

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Eduardo Cunha foi presidente da Câmara entre 2015 e 2016.
1 de 1 Eduardo Cunha foi presidente da Câmara entre 2015 e 2016. - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A revista Veja divulgou, nesta sexta-feira (2/4), trechos do livro que será lançado em 17 de abril pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ). Em uma parte do texto, o político afirma que Michel Temer (MDB) “lutou de todas as maneiras” pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), quando ainda era vice-presidente da República. Na obra, Cunha alega que Temer foi o principal responsável pela derrocada da petista.

No livro, que se chamará Tchau, Querida – O Diário do Impeachment, Cunha conta sua versão sobre o processo que culminou na saída de Rousseff do poder, em 2016. Segundo ele, “o processo de impeachment jamais teria sido aprovado sem que Temer negociasse cada espaço a ser dado a cada partido ou deputado que iria votar a favor da abertura dos trâmites”.

Temer não só desejava o impeachment como lutou por ele de todas as maneiras“, diz Cunha, para quem a postura de Temer depois de deixar a Presidência, negando repetidamente ter agido de qualquer forma para defenestrar a então presidente, beira o cinismo: “Ele acha que os outros são idiotas para acreditar na história da carochinha de que não desejava o impeachment nem teria feito nada por isso”, diz um trecho, segundo a Veja.

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Em outra parte, Cunha afirma que Temer avalizava a busca por votos pelo impeachment de Dilma. O livro cita a nomeação de Marcos Pereira (Republicanos) para o Ministério da Indústria e Comércio Exterior.

“Se não houvesse vivenciado a disputa com o candidato dela à presidência da Câmara e tivesse sido apoiado pelo PT na ocasião, em hipótese alguma teria havido o impeachment. Sempre fui uma pessoa de cumprir acordos”, disse.

Villas Bôas

Em outro trecho, Cunha revela uma conversa que teria tido com o ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas. Durante uma viagem à Amazônia, ele diz ter recebido do general uma série de informações sobre a rotina de Dilma no Planalto, inclusive de visitas que ela recebia. Para o ex-deputado, isso demonstraria que a presidente do Brasil, na época,  era “vigiada o tempo todo”.

“Ele demonstrava conhecer a rotina do palácio com uma desenvoltura que não seria possível sem fontes internas”, disse, chegando a uma conclusão própria e sem mais elementos de que “Dilma não sabia, mas era vigiada o tempo todo de dentro do palácio. Até visitas que recebia, telefonemas a que atendia, tudo era do conhecimento dos militares”.

General Eduardo Villas Bôas
Bolsonaro

Quanto ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), sucessor de Temer, Cunha deixa clara sua admiração e simpatia, e cita inclusive o pedido de impeachment de Dilma feito pelo então deputado federal pelo Rio de Janeiro.

Jair Bolsonaro e Michel Temer

“Aliás, devemos registrar que o primeiro pedido de impeachment de Dilma no seu segundo mandato coube ao então deputado Jair Bolsonaro, em 13 de março de 2015, em função das denúncias de corrupção na Petrobras. Eu rejeitei seu pedido, sendo que, de todos os pedidos de impeachment por mim rejeitados, Bolsonaro foi o único que recorreu contra a minha decisão ao plenário”, acaricia Cunha.

Segundo o trecho da Veja, Cunha também alega que sua filha Danielle Cunha, que o ajudou a escrever o livro, se candidatará em 2022. E ela própria admite que estará alinhada ao bolsonarismo no ano que vem. “Eu não acredito na terceira via. Por isso me vejo na corrente de direita já no primeiro turno”, afirma Danielle, que pretende concorrer ao cargo de deputada federal.

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