“Temer jamais recebeu qualquer coisa que não seja doação ao PMDB”, afirma Cunha
Reportagem publicada neste sábado (19) pela Folha de S.Paulo apontou indícios de que o vice-presidente teria recebido R$ 5 milhões de Leo Pinheiro
atualizado
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O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou neste sábado (19/12) que o vice-presidente Michel Temer “jamais recebeu qualquer coisa que não seja doação ao PMDB”. Também desmentiu “com veemência” supostas cobranças de suborno feitas ao presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro, conhecido como Leo Pinheiro. “Temer jamais recebeu qualquer coisa que não seja a doação ao PMDB. Nem Temer nem ninguém no partido que eu saiba”, disse.
De acordo com reportagem publicada neste sábado pelo jornal Folha de S.Paulo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao relatar situações de pagamento de suborno a peemedebistas, apontou indícios de que o vice-presidente teria recebido R$ 5 milhões de Leo Pinheiro. O documento consta nos autos da Operação Catilinárias, que corre em segredo de Justiça.
Troca de mensagens comprometedora
Segundo a reportagem, a citação ao pagamento feito a Temer estaria em uma troca de mensagens entre Pinheiro e Cunha. O presidente da Câmara teria reclamado que o pagamento ao vice prejudicou e adiou repasse a outros líderes peemedebistas, que ele chama de “turma”. A conversa estaria armazenada no celular de Pinheiro, que foi apreendido no ano passado.
Cunha disse que, apesar de não ter visto a peça e não ter condições de comentar o assunto, qualquer diálogo “com quem quer que seja” tratando de valores é referente à doação partidária. “Toda e qualquer menção a valores são correspondentes única e exclusivamente a doações partidárias”, reforçou.
O presidente da Câmara garantiu ainda que o partido tem todas as doações devidamente registradas. “Tenha certeza de que qualquer valor citado encontrará a respectiva doação contabilizada e declarada a Justiça Eleitoral”, afirmou.
Questionado se a troca de mensagens com Pinheiro existiu, Cunha insistiu: “Não vi a peça e nem conteúdo diálogo. Logo sobre isso não vou falar.”
“Ilações e fofocas”
Cunha disse que não conversou com o vice-presidente após a divulgação da reportagem, pois “não precisa” falar com ele para saber que não há doação ilegal. Para o presidente da Câmara, a citação a Temer provavelmente se deve ao fato dele ser o presidente do PMDB e nessa condição ser o responsável no partido “por autorizar e, junto com tesoureiro, contemplar a distribuição dentro partido das doações”, afirmou. “O resto são ilações e fofocas que não têm amparo nos fatos.”
Em nota, o vice-presidente confirmou o recebimento de R$ 5,2 milhões da empreiteira e disse que foram doações ao PMDB devidamente registradas no partido e na prestação de contas entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Houve depósitos na conta do partido e a devida prestação de contas ao Tribunal. Tudo já comprovado por meio de documentos. A simples consulta às contas do PMDB poderia ter dirimido qualquer dúvida que, por acaso, pudesse ser levantada sobre o assunto”, escreveu Temer.