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Temer foi ‘pego de surpresa’ com renúncia de Cunha, diz André Moura

O líder do governo na Câmara disse que o governo não deve se envolver diretamente na sucessão de Cunha

atualizado

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Alex Ferreira/ Câmara dos Deputados
André Moura, líder do governo na Câmara
1 de 1 André Moura, líder do governo na Câmara - Foto: Alex Ferreira/ Câmara dos Deputados

O presidente em exercício, Michel Temer, foi “pego de surpresa” com a renúncia de Eduardo Cunha da presidência da Câmara, segundo o líder do governo na Casa, deputado André Moura “Eu fui pego de surpresa, ele disse que não sabia, fomos pegos de surpresa”, disse o líder, após se reunir com o presidente, na tarde desta quinta-feira (7/7) no Planalto.

Segundo Moura, a orientação de Temer é que o governo não deve se envolver diretamente na questão da sucessão de Cunha. “É um processo do legislativo, não haverá participação do governo no processo sucessório”, disse o líder do governo.

Temer está focado em definir a meta fiscal de 2017 e em arrumar a “casa” após a derrota de ontem na Câmara, quando não conseguiu aprovar urgência constitucional do projeto que trata da renegociação das dívidas dos Estados com a União. Por isso, os efeitos concretos da renúncia de Eduardo Cunha da presidência da Câmara ainda precisam ser avaliados, dizem interlocutores do presidente. No momento em que Cunha lia sua carta de renúncia, Temer estava com a equipe econômica para fechar a meta para o déficit do próximo ano.

Interlocutores do presidente afirmam que Temer continua defendendo que o ideal seria uma candidatura única que pudesse unificar a base. “Precisamos ver como será esse processo de transição, se será pacífico, rápido ou não”, disse uma fonte. O desejo de Temer, entretanto, é que a crise Cunha seja resolvida o quanto antes para que o governo consiga tocar a sua agenda no Congresso.

Moura afirmou que há, hoje, pelo menos dez nomes cotados para a vaga de Cunha, mas reforçou que a recomendação de Temer é “deixar que a base se entenda”. “É óbvio que o ideal é um candidato de consenso, é pra isso que todos nós trabalhamos, mas está cedo para dizer e o presidente não quer se meter. E a orientação é que, enquanto líder do governo, eu também não me envolva”, disse.

Questionado se a predileção de Cunha por Rogério Rosso para sucedê-lo ajudava ou atrapalhava o nome dele, Moura disse apenas que Rosso “é um candidato competitivo, tem uma boa situação na Casa, assim como os outros”, disse, citando os deputados Beto Mansur (PRB-SP) e Fernando Giacobo (PR-RR).

Para tentar agilizar o processo de sucessão, Moura afirmou que deve se reunir ainda hoje com a base para dar quórum e conseguir começar a contagem das sessões, já que são necessárias cinco datas para a escolha do novo presidente.

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