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Temer é recebido com protestos em Roraima, onde discute imigração

Durante a reunião, que ocorre a portas fechadas, um protesto reúne cerca de 300 pessoas contra a falta de políticas do governo para o estado

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O presidente Michel Temer entregou condecorações a 11 colombianos que auxiliaram no resgate às vítimas do voo da Chapecoense  – Brasília – DF 16/12/2016
1 de 1 O presidente Michel Temer entregou condecorações a 11 colombianos que auxiliaram no resgate às vítimas do voo da Chapecoense – Brasília – DF 16/12/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Sem passar pelas ruas e praças de Boa Vista, onde vivem cerca de 40 mil venezuelanos em extrema pobreza – que já equivalem a 10% da população do estado –, o presidente Michel Temer discute nesta segunda-feira (12/2) na capital de Roraima a questão dos refugiados do país vizinho que chegaram ao estado fugindo da crise econômica e política na Venezuela.

Durante a reunião, que ocorre a portas fechadas, um protesto reúne cerca de 300 pessoas contra a privatização da Eletrobras e a falta de políticas do governo federal para Roraima, que sofre com apagões constantes por não estar ligado ao Sistema Energético Nacional, e contra a imigração desordenada de venezuelanos.

Temer disse que o Brasil não vai fechar fronteiras com a Venezuela e afirmou que agora que veio pessoalmente ao Estado ter uma visão mais real do problema da migração, que, segundo ele, vai chegar aos estados restantes do país. Entre as medidas mais urgentes, o presidente prometeu dobrar número de militares na fronteira e instalar um hospital de campanha para atender as necessidades dos refugiados.

“Os venezuelanos vão criar problemas para outros estados brasileiros se não tomarmos providências. Este é o aspecto principal. Precisamos preservar as fronteiras e os empregos dos brasileiros, mas não podemos deixar de receber os refugiados que vem para cá em situação de miserabilidade absoluta“.

O presidente garantiu que vai liberar os recursos necessários para organizar e conter o avanço da migração. “Essa força tarefa vai atuar de forma imediata. Os ministros de governo estão avisados. Vamos liberar o dinheiro necessário para resolver o problema”.

Antes do encontro, a governadora do estado Suely Campos pediu em discurso que o governo federal tome medidas a favor de Roraima no contexto da crise dos refugiados. Segundo ela, o crime organizado está se aproveitando da vulnerabilidade dos venezuelanos para trazer drogas e armas ao estado. “Existe a conexão com o crime organizado comandado por venezuelanos, entrando na esfera da segurança nacional”, afirmou.

Suely entregou um documento com 11 medidas que pretendem minimizar o impacto causado pelo alto número de imigrantes venezuelanos que chegaram a Roraima nos últimos meses.

Entre as propostas estão o aumento de efetivo da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), além da atuação do Exército brasileiro no policiamento ostensivo em Pacaraima, cidade que faz fronteira com a Venezuela.

Além disso, foram propostas ações mais rigorosas de controle de entrada de pessoas pela fronteira e a doação de veículos e equipamentos para aprimorar o trabalho das forças de segurança de Roraima.

O Brasil é o segundo principal destino da diáspora venezuelana, provocada pelo agravamento da escassez de remédio e alimentos no país, afetado por uma hiperinflação que neste ano deve chegar a 13.000%.

Travas
A Colômbia, que comparte com a Venezuela uma fronteira de 2.200 quilômetros, já recebeu 500 mil venezuelanos desde o agravamento da crise, a partir de 2014.

Autoridades colombianas, que esperam que esse número dobre ainda esse ano, anunciaram nesta semana novas regras para a entrada de venezuelanos no país. Segundo o presidente Juan Manuel Santos, 2,1 mil militares serão enviados para patrulhar a fronteira e combater a imigração ilegal e o contrabando.

Além disso, o governo colombiano não expedirá novos cartões de imigração para venezuelanos. O documento foi criado para facilitar o trânsito de pessoas que vivem na fronteira e muitos venezuelanos contam com ele para vender bens em moeda forte do lado colombiano para fugir da inflação.

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