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Temer e ministros avaliam se revogam decreto sobre Forças Armadas

O documento foi assinado depois que a manifestação contra o governo ganhou cenas de violência na quarta-feira (24/5)

atualizado

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Ministros do governo Michel Temer – Brasília – DF 12/05/2016
1 de 1 Ministros do governo Michel Temer – Brasília – DF 12/05/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O presidente Michel Temer se reúne na manhã desta quinta-feira (25/5) com quatro ministros para avaliar se anula ou não o decreto que convocou as Forças Armadas na véspera para garantir a ordem na Esplanada dos Ministérios. O documento foi assinado depois que a manifestação contra o governo e as reformas trabalhista e da Previdência ganhou cenas de violência, quebradeira e enfrentamento entre baderneiros e policiais, nesta quarta (24).

O presidente e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, ficaram tratando do assunto até tarde da noite de quarta-feira. Temer saiu do Palácio do Planalto às 23h.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, escalado na quarta por Temer para anunciar a convocação dos militares, não consta da lista dos ministros que estarão na reunião desta quinta, marcada para as 9h. Além do GSI, o encontro contará com a presença dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo).

Oficialmente, não há decisão sobre quando e se a medida será revogada. Na edição desta quinta do Diário Oficial da União (DOU), nada foi publicado em contrário ao decreto da véspera.

Nessa reunião, pode haver decisão política de revogar a medida. Mas há entraves. O governo explica que há ministérios vulneráveis, por causa das depredações. Por isso, a decisão de não revogar a medida de imediato, ainda na quarta. Muitos prédios ficaram abertos, sem segurança, e o governo temia saques. Portanto, as Forças precisavam ficar protegendo os prédios à noite, na avaliação do Planalto.

O polêmico decreto, que prevê o emprego das Forças Armadas no Distrito Federal até o dia 31 de maio, provocou reações imediatas no Congresso Nacional.

O Palácio do Planalto pediu que os ministérios compilassem e reunissem imagens das câmeras de segurança mostrando os estragos para ajudar a defender a decisão de invocação das tropas militares. Essas imagens podem servir também para identificar e enquadrar criminalmente as pessoas responsáveis pela depredação.

O Planalto alegou que recorreu ao Exército e à Marinha porque a Polícia Militar do Distrito Federal não conseguiu controlar os manifestantes e conter o que considerou uma “barbárie”.

Na Câmara, o anúncio de que as Forças Armadas tinham sido chamadas provocou bate-boca entre deputados. A sessão foi suspensa por 30 minutos. Opositores classificaram a medida como uma espécie de formalização do “estado de exceção”.

Avaliação
O ministro da Defesa disse na manhã desta quinta-feira que a decisão de convocar as Forças Armadas “foi um grande acerto”. “Se o comandante da área, general Ferreira Gomes, informar que estamos em tranquilidade, que não existe nenhum foco de resistência, que não existe possibilidade de retornar ao clima anterior, obviamente daremos a sugestão ao presidente que seja revogada”, afirmou o ministro em entrevista à CBN.

“Acho que foi um grande acerto. O que estávamos assistindo ali era uma perda de controle progressiva”, disse o ministro, justificando a decisão. “Tínhamos incêndios em prédios de ministérios, servidores apavorados e encurralados dentro desses prédios, e tínhamos uma situação que estava fugindo do controle, não sei onde ia parar”, afirmou.

Agenda
Depois de reunião com ministros, Temer recebe um grupo de empresários da construção civil, incluindo o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Rodrigues Martins. Depois, ainda pela manhã, o presidente tem reunião com o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Paulo Rabello.

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