Temer desiste do pedido para suspender inquérito contra ele no STF
Presidente queria a interrupção das investigações até que o áudio da conversa entre ele e o dono da JBS fosse periciado
atualizado
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O presidente Michel Temer desistiu, nesta segunda-feira (22/5), de tentar suspender o inquérito que o investiga por corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa no Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado do peemedebista, Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, entrou com o pedido no STF no qual informa a Corte da decisão.
No último sábado (20/5), Mariz havia pedido ao STF que a investigação fosse interrompida até que houvesse uma perícia na gravação feita de uma conversa entre Temer e o empresário Joesley Batista, dono da JBS. De acordo com o advogado, Temer agora quer ver a situação resolvida de uma vez por todas. “O presidente quer dar essa resposta ao país o mais rapidamente”, disse Mariz, ao deixar o gabinete do ministro Edson Fachin.
O ministro Edson Fachin, que autorizou a Polícia Federal a periciar os quatro áudios gravados por Joesley, determinou que tanto a defesa de Temer quanto a Procuradoria-Geral da República terão prazo de 24h para se manifestarem após terem acesso ao resultado da análise. Como o equipamento de gravação usado pelo delator está sendo transportado dos Estados Unidos para o Brasil, o julgamento em plenário, que inicialmente estava marcado para quarta-feira (24), foi adiado.
“70 pontos de obscuridade”
A mudança na estratégia de defesa ocorreu após Fachin determinar a perícia. “Dois jornais registraram falhas (na gravação). Depois veio a TV Globo e disse que não havia irregularidade. Havia essa dúvida. A defesa do presidente contratou uma perícia no fim de semana, que verificou que não havia 50 nem 14, mas 70 pontos de obscuridade no material. Nós fizemos um pedido (ao STF) dizendo o seguinte: já que temos agora o resultado de um trabalho em que confiamos, queremos que esse inquérito se ultime o mais rapidamente possível”, disse Mariz, em entrevista ao jornal O Globo. (Com informações de O Estado de S.Paulo e O Globo)