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Temer assina dois decretos e uma MP para conter crise migratória em RR

Documento reconhece crise humanitária e cria comitê interministerial que deverá propor soluções à entrada em massa de venezuelanos no país

atualizado

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1 de 1 temer roraima - Foto: BETO BARATA/PR

O presidente Michel Temer assinou, no início da noite desta quinta-feira (15/2), uma medida provisória que trata de ações de “assistência emergencial para acolhimento a pessoas em situação de vulnerabilidade decorrente de fluxo migratório provocado por crise humanitária” em Roraima. No mesmo ato, houve a assinatura de dois decretos para normalizar a situação no estado, o qual tem recebido milhares de venezuelanos fugindo da crise humanitária no país vizinho.

Representante do estado, o líder do governo no Senado, Romero Jucá, usou o Twitter para comemorar a ajuda à sua terra natal: “É mais um compromisso que o governo federal está cumprindo com nosso estado. Continuo acompanhando essa questão para buscar o apoio que Roraima precisa”.

O texto da MP esclarece que será considerada situação de vulnerabilidade uma “condição emergencial e urgente que evidencie a fragilidade da pessoa, nacional ou estrangeira, no âmbito da proteção social, decorrente de fluxo migratório provocado por crise humanitária”. Além disso, o texto trata proteção social como “um conjunto de políticas públicas estruturadas para prevenir e remediar situações de vulnerabilidade social e risco pessoal que impliquem em violação dos direitos humanos”.

De acordo com a MP, “as medidas de assistência emergencial para acolhimento a pessoas em situação de vulnerabilidade decorrente de fluxo migratório provocado por crise humanitária visam à ampliação das políticas de: proteção social; atenção à saúde; oferta de atividades educacionais; formação e qualificação profissional; garantia dos direitos humanos; proteção dos direitos das mulheres, crianças, adolescentes, idosos, pessoas com deficiência, população indígena e comunidades tradicionais atingidas; oferta de infraestrutura e saneamento; segurança pública e fortalecimento do controle de fronteiras; logística e distribuição de insumos; e mobilidade, distribuição no território nacional e apoio à interiorização das pessoas”.

A MP diz ainda que as ações “dependerão de manifestação prévia de vontade das pessoas atingidas que queiram se estabelecer em outro ponto do território nacional”.

Decretos
Um dos decretos define “a composição, as competências e as normas de funcionamento do Comitê Federal de Assistência Emergencial” para acolher a pessoas em situação de vulnerabilidade decorrente de fluxo migratório provocado por crise humanitária.

O texto prevê que o comitê será presidido pela Casa Civil, mas terá um representante das pastas da Justiça e Segurança Pública, Defesa, Relações Exteriores, Educação, Trabalho, Desenvolvimento Social, Saúde, Planejamento, Integração Nacional, Direitos Humanos e Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

Esse decreto prevê que, no prazo de dois dias úteis, os membros titulares indicarão os suplentes, que deverão ocupar cargo em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores (DAS) de natureza especial ou de nível 6, no âmbito do órgão que indicar o representante titular, e serão designados em ato do ministro-chefe da Casa Civil.

O Ministério da Defesa atuará como Secretaria-Executiva do Comitê Federal de Assistência Emergencial e prestará o apoio administrativo ao colegiado. Além disso, caberá à pasta a operacionalização e, se necessário, a execução das despesas relativas a reuniões do comitê.

O decreto prevê ainda que o grupo “criará sala de situação, a ser mantida na cidade de Brasília, para monitoramento permanente da situação”. “O Comitê Federal de Assistência Emergencial se reunirá, em caráter ordinário, com periodicidade mínima mensal e, em caráter extraordinário, sempre que houver necessidade, por meio de convocação de seu presidente”.

O outro decreto “reconhece a situação de vulnerabilidade decorrente de fluxo migratório para Roraima, provocado pela crise humanitária” na Venezuela. Para justificar a necessidade da medida, o decreto lista os problemas vivenciados na região e começa citando a “crise política, institucional e socioeconômica observada” no país vizinho, “ao longo dos últimos anos”, e lembra a declaração assinada na Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, em julho do ano passado, que reconheceu a “ruptura na ordem democrática daquele país”.

Em seguida, depois de salientar a “necessidade de acolhimento humanitário” dos venezuelanos no Brasil, o segundo decreto justifica a “situação de vulnerabilidade”, citando o “aumento populacional temporário, desordenado e imprevisível observado no estado de Roraima em decorrência do fluxo migratório de pessoas” vindas da Venezuela, nos últimos meses, e lembra o “impacto desse fluxo migratório” na prestação de serviços públicos de saúde, saneamento básico, segurança pública, entre outros.

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