Temer aponta “possibilidade zero” de tentar reeleição em 2018
O presidente comentou possível aclamação popular: “Se o povo pedir, vou dizer que cumpri bem minha missão nesses dois anos”
atualizado
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O presidente Michel Temer negou nesta segunda-feira (15/5) que possa se candidatar à reeleição no próximo ano. Segundo ele, a “possibilidade é zero” por não ver necessidade de concorrer no pleito. Perguntado, em entrevista coletiva a rádios regionais, se ele repensaria na questão se houvesse uma aclamação popular, Temer disse: “Se o povo pedir, vou dizer que cumpri bem minha missão nesses dois anos”.
Sobre a possibilidade de cassação de sua chapa com a presidente cassada Dilma Rousseff em 2014, Temer diz que espera o julgamento do processo o quanto antes, para não atrapalhar o bom andamento econômico do país. Segundo o chefe do Executivo nacional, as pessoas que o chamam de golpista não leem a Constituição, pois é um rito normal o vice assumir quando o presidente sofre um impeachment.
Questionado sobre um projeto no Congresso que prevê a prorrogação de mandato presidencial no Brasil, o presidente disse que ninguém conversou com ele sobre isso, nem mesmo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, mas não há a menor condição de prorrogação de mandato juridicamente. “Não é verdade isso”, afirmou, destacando que, de qualquer modo, essa questão deve ir adiante no Congresso.Enquanto mencionava a necessidade de fazer as reformas estruturais no Brasil, Temer citou o exemplo da Espanha. O país europeu passou por uma crise de cinco anos, “quase como a nossa aqui” e, embora tenha enfrentado bastante resistência e protestos, viu a economia se recuperar e o primeiro-ministro ser reeleito.
Ao tratar da reforma política, Temer afirmou que o prazo é pequeno para o tema no Legislativo e que ainda estão sendo trocadas ideias sobre o assunto. “O Congresso tem pensado em estabelecer uma alternativa à lista fechada, mas não sabemos se dará tempo.” Segundo ele, as contribuições de pessoas físicas e jurídicas a uma candidatura devem ser levadas em conta como exercício de cidadania, mas só poderia haver colaboração a um candidato, e não a todos. “Não veria mal nisso”, disse.
“Nas eleições municipais não houve contribuição jurídica e as coisas caminharam com fundo partidário, mas em uma candidatura para Presidência e governador de estado, as verbas são mais vultosas. Programas de TV e de rádio podem ajudar”, concluiu.
Perguntado pelo jornalista de uma rádio mineira sobre quando iria a Minas Gerais, Temer explicou que o ano foi tumultuado e que não tem restrições pessoal ou política ao governador Fernando Pimentel (PT). “Sou amigo do Pimentel, mas minha relação é com o povo de Minas Gerais”, disse, adiantando que deve ir ao estado quando tiver algo concreto para entregar.
Agenda
Michel Temer recebe na tarde desta segunda-feira, em audiências separadas, as deputadas Dâmina Pereira (PSL-MG) e Rosinha da Adefal (PTdoB-AL), além do ex-governador de São Paulo Luiz Antônio Fleury Filho. Os encontros vão ocorrer no Palácio do Planalto.