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Temer antecipou queda da taxa Selic a Joesley, diz delação

O presidente teria passado informação privilegiada ao empresário, o que permitia à JBS fazer operações vantajosas no mercado futuro de juro

atualizado

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1 de 1 jbs empresa brasil - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O presidente Michel Temer antecipou ao empresário Joesley Batista, dono da JBS, que o Comitê de Política Monetária (Copom) cortaria a taxa de juros em 1 ponto porcentual. Em 12 de abril, a taxa Selic, referência para os juros da economia, foi reduzida a 11,25%. A reunião foi a primeira do Copom depois da conversa entre Temer e o empresário.

A informação foi publicada na manhã desta quinta-feira (18/5) pelo portal Antagonista. Em caso de confirmação dos relatos de Joesley com a divulgação do áudio da conversa, o presidente terá passado informação privilegiada ao empresário. O dado permitia à JBS fazer operações vantajosas no mercado futuro de juros.

Até a publicação dessa notícia, os assessores de Temer não tinham retornado às ligações da reportagem.

Delação
Uma denúncia incendiou o mundo político nacional nessa quarta-feira (17) e as chamas chegaram ao Palácio do Planalto. Em uma gravação feita por Joesley Batista em março deste ano, o presidente Michel Temer (PMDB) dá o aval para que o silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) seja comprado. As informações são do jornal O Globo.

Segundo a reportagem, o empresário informou a Temer que estava dando a Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ambos ficarem calados.

Diante da informação, Temer incentivou: “Tem que manter isso, viu?”. Na conversa, Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F — holding que controla a JBS, maior produtora de carne do mundo. Posteriormente, Loures foi filmado pela Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley. O dinheiro seria parte da mesada.

Joesley, que está nos Estados Unidos, disse já ter pago R$ 5 milhões para Eduardo Cunha após a prisão do peemedebista. Esse valor seria referente a um “saldo” de propina. Ainda de acordo com o empresário, ele devia R$ 20 milhões pela tramitação de uma lei sobre a desoneração tributária do setor de frango.

Operação Patmos
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram nesta quinta-feira a Operação Patmos, no âmbito da Lava Jato, em Brasília, Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. Os alvos são o senador Aécio Neves (PSDB); a irmã dele, Andrea Neves; e Altair Alves, considerado braço direito do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB).

A irmã do senador e presidente nacional do PSDB Aécio Neves (MG), a jornalista Andrea Neves, uma das principais assessoras dele, foi presa nesta manhã.

Além de Andrea, foram presos Frederico Pacheco de Medeiros, o Fred, primo de Aécio; e Mendherson Souza Lima, assessor de Zezé Perrella. Também foram alvo de mandados de prisão Roberta Funaro, irmã do operador de Cunha, o procurador da República Angelo Goulart e o advogado Willer Tomaz. Outro alvo é Altair Alves.

A ação tem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o afastamento do tucano do mandato de senador e o de Rocha Loures (PMDB-PR) do de deputado federal.

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