Temer admite uso de jato, mas diz que não sabia quem era o dono
O dono da JBS, Joesley Batista, havia entregado, a investigadores, diário de voo de sua aeronave com dados sobre viagens do presidente
atualizado
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O presidente Michel Temer (PMDB) mudou de versão e admitiu que viajou com a família para Comandatuba, no litoral sul da Bahia, em janeiro de 2011, no jatinho do dono da JBS. Ele alegou que “não sabia a quem pertencia a aeronave e não fez pagamento pelo serviço”. O dono da JBS, Joesley Batista, havia entregado à Procuradoria-Geral da República (PGR) um diário de voo de seu jatinho com dados sobre viagens do presidente.
O objetivo era provar aos investigadores da Operação Lava Jato que mantinha relação próxima com o peemedebista. A informação foi divulgada nesta terça-feira (6) pelo site O Antagonista e confirmada pela reportagem.
Segundo a secretaria, “o então vice-presidente Michel Temer utilizou aeronave particular no dia 12 de janeiro de 2011 para levar sua família de São Paulo a Comandatuba, deslocando-se em seguida a Brasília, onde manteve agenda normal no gabinete”, diz. “A família retornou a São Paulo no dia 14, usando o mesmo meio de transporte. O vice-presidente não sabia a quem pertencia a aeronave e não fez pagamento pelo serviço”, completa o texto.
De acordo com os documentos do Learjet PR-JBS entregues pelo acionista do grupo J&F, Temer teria viajado com a mulher, Marcela, em 2011 em pelo menos duas oportunidades — à época, o peemedebista era vice de Dilma Rousseff (PT). Uma das viagens do casal relatadas no diário foi entre Comandatuba, na Bahia, e São Paulo. A outra foi para Porto Alegre. No diário de bordo consta a anotação “Família Sr. Michel Temer”.
A equipe do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai analisar as informações relativas ao jatinho para confirmar se as viagens foram realmente realizadas. A apuração, que servirá apenas como prova de corroboração sobre a relação de Temer com Joesley, será feita dentro do inquérito já instaurado contra o presidente.
O empresário entregou as informações sobre os voos para reforçar sua versão apresentada no acordo de colaboração premiada de que mantinha “estreita relação” com Temer.