“Tem que pegar um arcebispo para diretor da Petrobras?”, ironiza Lira
Presidente da Câmara dos Deputados comentou sobre os obstáculos para a indicação do novo presidente da estatal
atualizado
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Irritado com os obstáculos para a indicação do novo presidente da Petrobras, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), recorreu à ironia, nesta segunda-feira (4/4), ao dizer que deveriam chamar um “arcebispo” para assumir a estatal. O parlamentar participou de um evento do Jota, ao lado do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Hoje eu estava comentando aqui com o ministro: a pauta da imprensa, e talvez do Ministério Público, é condenar o possível presidente da Petrobras porque prestava assessoria a um grupo empresarial. Se eu sou da atividade privada, eu não posso trabalhar para nenhum grupo empresarial? Eu não posso prestar serviço? Eu não posso ter trabalhado e isso vai me prejudicar nas minhas decisões lá na frente?”, indagou Lira.
“Quer dizer: você tem que pegar um funcionário público para ser diretor da Petrobras? Ou pegar um arcebispo para ser diretor da Petrobras? Um almirante, um coronel para ser diretor da Petrobras? Não, você tem que colocar alguém que entenda de petróleo e gás. Alguém que entenda do setor, que vá ser julgado daqui para frente sobre suas ações. A gente tem um falso moralismo, um julgamento precipitado, uma versão nas ações que só atrapalham o nosso país”, acrescentou.
O economista Adriano Pires desistiu, nesta segunda-feira, de ser o presidente da estatal e o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, do Conselho de Administração. O Palácio do Planalto ainda tenta reverter a decisão do economista.
A nomeação de Pires esbarraria nas exigências da Lei das Estatais. O economista precisará se afastar da sua empresa, o Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), para assumir o cargo de presidente da Petrobras. Porém, a permanência do seu filho, Pedro Rodrigo Pires, no quadro societário e de direção da consultoria pode representar potencial conflito de interesse.
O general Joaquim Silva e Luna não deve deixar a estatal enquanto uma solução definitiva para o comando da companhia não for acertada.