metropoles.com

Tebet sobre recuo do Coaf: “O governo fez sua própria cama de gato”

A senadora votou a favor de manter o órgão nas mãos de Moro e diz ter dificuldades em mudar posição após Planalto propor outra ideia

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
senadora Simone Tebet
1 de 1 senadora Simone Tebet - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) disse nesta terça-feira (28/05/2019) ter dificuldades em mudar seu voto em relação à volta do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Ministério da Justiça e Segurança Pública. A matéria está presente na medida provisória que trata da reorganização administrativa (MP-870), a ser votada nesta terça, no Senado.

O recuo foi orquestrado pelo próprio Planalto na parte da manhã, com o objetivo de distensionar os ânimos em relação à Câmara e, ao mesmo tempo, neutralizar uma possível reação de deputados do chamado Centrão que, na semana passada, aprovaram a MP colocando o órgão no Ministério da Economia.

“É claro que os senadores ficaram em uma saia justa, mas, infelizmente, o governo fez sua própria cama de gato. Ele não esperava que, nas manifestações, tivesse um pedido tão forte em relação ao Coaf no Ministério da Justiça. O governo ficou em uma encruzilhada. Ele não tinha outra saída a não ser pedir isso para o Senado”, disse a parlamentar, referindo-se ao pedido feito pelo Planalto no sentido de não tentar reverter no Senado a decisão da Câmara.

“Segundo eu soube, o presidente entrou no processo pedindo para que o Senado vote do jeito que está e, depois, ele resolveria de uma outra forma a questão do Coaf”, disse Tebet. A senadora disse não ver impedimento jurídico em uma possível ação do governo para se devolver o órgão a Moro por meio de um decreto posterior à aprovação da medida no Congresso.

Satisfação
A MP-870 trata da reorganização da Esplanada, reduzindo o número de ministérios de 29 para 22 e alterando funções de algumas pastas. Caso ela não seja aprovada pela Câmara e pelo Senado até o dia 3 de junho, a medida perde seus efeitos e, com isso, o governo passa a ter a configuração existente durante o governo de Michel Temer.

O problema do Planalto é que, se ele defender o retorno do Coaf para Moro, pedido das ruas, a medida terá que voltar para análise da Câmara – que teve, anteriormente o entendimento contrário, colocando o órgão na Economia. Diante desse impasse, a senadora cobrou uma atitude mais clara do presidente da República.

“A gente tem que dar uma satisfação para a própria sociedade. A sociedade foi às ruas e nos pediu para que o Coaf ficasse com o ministro Sergio Moro. Na comissão mista, eu votei a favor da ida para o ministro Sergio Moro. Como é que eu justifico agora uma mudança de voto? Se não vier um pedido do presidente e um esclarecimento à sociedade de que o presidente está pedindo, senão a MP vai caducar e ele vai resolver dessa forma, fica difícil para os senadores colocarem a digital”, ponderou.

Tebet defende que a votação seja simbólica. “Se for simbólico, vota-se toda medida e, consequentemente, é sim ou não. Se não houver esta interferência do governo, no sentido de justificar para a sociedade, a gente tem essa dificuldade. Afinal, esta é uma casa política”, destacou.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?