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Tebet assumirá cargo-chave de olho na disputa pela Presidência em 2026

Personagem importante nas eleições, Tebet comandará ministério de peso e pode capitalizar com gestão da pasta visando o próximo pleito

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Pré-candidata à Presidência da República pelo MDB, Simone Tebet
1 de 1 Pré-candidata à Presidência da República pelo MDB, Simone Tebet - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Após impasses e uma intensa negociação, Simone Tebet (MDB) definiu seu futuro e aceitou o convite do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para comandar o Ministério do Planejamento a partir de 2023. Com isso, Tebet realizará o desejo de chefiar uma pasta com maior capital político, mirando se fortalecer para as eleições presidenciais em 2026.

O impasse envolvendo a emedebista durou semanas e esbarrou principalmente no ímpeto dos petistas, que queriam o controle de ministérios mais importantes do novo governo.

Apesar da relutância da senadora em assumir o Planejamento, a avaliação é de que o ministério está à altura da importância do papel desempenhado por Tebet a favor de Lula ao longo do segundo turno das eleições presidenciais.

Tebet iniciou as eleições como candidata da chamada terceira via, que pregava nomes alternativos a Lula e Jair Bolsonaro (PL), mas terminou fazendo campanha para o petista, sendo determinante para assegurar a vitória nas urnas, transferindo votos, em especial do eleitorado feminino, para o ex-presidente.

“A senadora Simone Tebet teve uma votação muito pequena, mas que, sem dúvida, foi importante para que o projeto do PT fosse vitorioso, no segundo turno da eleição mais apertada da nossa história. O apoio dela certamente ajudou a conseguir aquele 1% que o Lula precisava. Agora, como ministra do Planejamento, ela terá um reconhecimento importante”, avalia o professor e cientista político Lúcio Renno, da Universidade de Brasília (UnB).

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Simon Tebet durante coletiva GT de Desenvolvimento Social e Combate à Fome
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Tebet pode capitalizar com gestão

Antes de aceitar o Planejamento, Tebet flertou com ministérios de mais visibilidade, como as pastas do Desenvolvimento Social, Cidades e Transportes, e Meio Ambiente. O desejo da senadora, no entanto, foi minado pela gestão petista, que tem as próprias ambições para o próximo pleito eleitoral.

Mesmo longe de ser o Plano A da ex-senadora, o Ministério do Planejamento também poderá vir a ser um importante palanque político para a ex-parlamentar. Caberá à pasta traçar o planejamento de custos, a análise e viabilidade de projetos e o controle de orçamentos, com a liberação de fundos.

“A força de Simone Tebet vai depender muito das secretarias que ela vai comandar sendo ministra do planejamento. Pode ser um ministério muito forte e ela pode acabar sendo uma ministra com bastante força junto à opinião pública e o setor empresarial. Acho, honestamente, que poderá ser melhor para ela do que um eventual Ministério do Desenvolvimento Social”, defende o cientista político Sérgio Praça, professor e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

“Eleição de 2026 já começou”

Na gestão do Planejamento, Tebet terá de atuar em harmonia com o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad – a quem o PT confia a sucessão do Executivo, em 2026, e a quem a emedebista poderá enfrentar nas próximas eleições. Os dois poderão rivalizar, portanto, pelo protagonismo na Esplanada dos Ministérios.

“A Eleição de 2026 já começou. Haddad e Tebet são os grandes nomes. Acho que vão disputar protagonismo, mas a vantagem é sempre do partido que está no governo. Temos uma briga boa, porque o MDB é um partido bastante relevante, com muita flexibilidade e diálogo com outras legendas. É uma escolha inusitada de Lula e como cientista político acho bem interessante”, explica Praça.

Renno destaca, ainda, que a dupla não é a única do Executivo de olho na cadeira presidencial. “Esses dois emergem como nomes de maior visibilidade nacional, mas não podemos deixar de fora o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, que tem pretensões eleitorais claras e com potencial muito relevante, assim como a ministra Marina Silva também”.

O docente da UnB crê, porém, que o momento é prematuro para definir quem levará vantagem. “Neste primeiro momento, todos devem remar para o mesmo lado, até porque todos ganham com o sucesso do governo. Não é obrigatoriamente um cenário que vai levar à falta de coordenação, muito pelo contrário. Eles têm todos interesse de que o governo do qual fazem parte seja um sucesso e que se viabilizem como nomes importantes para o próximo ciclo de escolha”, completou.

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