Tábata: “Sou chamada de burra, delinquente, débil mental em plenário”
Em entrevista à BBC, a deputada federal relatou assédios sofridos na Câmara. Ela também falou sobre a crise no MEC
atualizado
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A deputada federal Tábata Amaral (PDT-SP) relatou à BBC Brasil abordagens inadequadas na Câmara dos Deputados. “Já perdi a conta do número de vezes em que alguém insinuou que eu era burra ou não tinha nenhum conhecimento”, afirmou. “Sou chamada de burra, delinquente, débil mental e outras coisas em plenário.”
Em entrevista concedida à rede no sábado (6/4), a deputada classificou a Câmara como um “ambiente que tenta te expulsar rapidamente”. “As pessoas chegam e perguntam se sou casada no meio de uma votação, vêm me tocar de uma maneira que não é adequada para uma parlamentar. É um ambiente muito arisco para as mulheres”, contou.
Amaral, que se tornou ainda mais conhecida depois de sabatinar o ministro Ricardo Vélez, também comentou a crise no Ministério da Educação (MEC) e o fato de que o presidente Jair Bolsonaro indicou uma possível troca de ministro. A deputada acredita que a mudança de comando é necessária, pois a pasta está parada desde o início do governo.
“Algumas pessoas não entenderam que neste momento eu não estou muito preocupada com o posicionamento ideológico de quem vai ocupar essa pasta. Porque está tudo paralisado, corremos o risco de não ter Enem [Exame Nacional do Ensino Médio]. O Brasil corre o risco de não fazer as principais avaliações. Só quero alguém que conheça a educação pública e tenha experiência em gestão”, afirmou.