Preso por estupro, suplente não assume vaga na Câmara dos Deputados
Osmar Bertoldi foi preso em fevereiro passado por ter espancado, estuprado e mantido a ex-noiva em cárcere privado. Ele assumiria vaga deixada por novo ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR)
atualizado
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Osmar Bertoldi (DEM-PR) poderia ter assumido nesta quinta-feira (12/5) sua cadeira como deputado federal na Câmara nos Deputados. Mas não rolou. Bertoldi, que é suplente do deputado agora ministro da Saúde no governo Temer, Ricardo Barros (PP-PR), está preso desde fevereiro passado por uma série de crimes, entre eles estupro e cárcere privado da ex-noiva.
Segundo o jornal Extra, o político foi preso em 24 de fevereiro na cidade de Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Desde o início de dezembro ele era procurado pela polícia e, dizem os policiais, levava uma vida de “turista” na cidade, comendo em bons restaurantes e fazendo compras.
Tatiana Bittencourt fez as denúncias ao Ministério Público em agosto passado, quando terminou o relacionamento. A prisão, baseada na Lei Maria da Penha, foi pelos crimes de lesão corporal dolosa, constrangimento ilegal, ameaça, estupro e redução a condição análoga à escravidão. Bertoldi tentou um habeas corpus, mas o pedido foi negado na última terça-feira (11/5).
Suborno
O político ainda teria oferecido uma quantia milionária para que Tatiane não o denunciasse. Em dezembro passado, no entanto, quando já era procurado pela Justiça, ele se defendeu em sua página do Facebook e acusou Tatiane de ter pedido R$ 1,7 milhão para não “distorcer a verdade”, nas palavras dele.
Ao “Extra”, o presidente da Comissão de Ética da Câmara, deputado federal José Carlos Araújo (PR-BA), disse que, se estivesse em liberdade, Bertoldi poderia assumir o cargo normalmente. “A questão de foro privilegiado nem precisa ser discutida”, acrescentou.
Ele está preso na cidade de Pinhais, interior do Paraná. Na sua ausência, assume o segundo suplente, Sérgio Oliveira, também do DEM.