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Entrega de “superpedido de impeachment” reúne Gleisi, Kim e Joice

Documento conta com 46 signatários e unifica argumentos apresentados em outros 123 pedidos de impeachment já apresentados à Câmara

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Luciana Lima/Metrópoles
Entrega na Câmara do "superpedido" de impeachment contra Bolsonaro
1 de 1 Entrega na Câmara do "superpedido" de impeachment contra Bolsonaro - Foto: Luciana Lima/Metrópoles

A apresentação do “superpedido de impeachment” do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reuniu lideranças das mais variadas correntes nesta quarta-feira (30/6) na Câmara.

Figuras políticas como a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), a ex-aliada de Bolsonaro, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), o líder do Movimento Brasil Livre (MBL), deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), compartilharam o mesmo palco na Câmara para protocolar o “superpedido”, elaborado pela Associação Brasileira de Juristas para a Democracia (ABJD).

O documento reúne mais de 100 denúncias já apresentadas na Casa contra o presidente. Tem 46 signatários e unifica argumentos apresentados nos outros 123 pedidos de impeachment já apresentados à Câmara.

Veja o que disse Gleisi Hoffmann:

“Temos hoje um governo que está apodrecendo e carcomido. Esse é um marco importante para que a gente traga de novo o Brasil para o povo brasileiro. Eu quero aqui agradecer a todos que estão nesse movimento, aos parlamentares, aos partidos políticos, às entidades da sociedade civil, aos movimentos sociais, às entidades religiosas, aos artistas e pessoas que ajudaram a construir esse momento. Agradecer em especial a os advogados e juristas que se debruçaram sobre todas as peças de impeachment que estavam nessa Casa para fazer uma peça bem fundamentada, que vai ser para nós a referência daqui pra frente na luta política. Agradeço a ABJD e ao grupo Prerrogativas. Esse é um passo enorme”, disse Gleisi.

“Começamos aqui a escalada de uma luta. O aumento do tom dessa luta muito grande para livrar o Brasil. Tenho certeza que a luta aqui no Parlamento, junto com a luta nas ruas, vai nos fazer chegar ao objetivo, de que esse governo caia, de que Bolsonaro saia da cadeira onde ele está. Ele é a encarnação da crise. O que nos queremos é fora Bolsonaro”

Kim Kataguiri, por sua vez, acusou o presidente a usar a máquina pública para proteger os filhos, acusados de crimes.

“Estamos aqui par unir o pedido de impeachment protocolado pelo Movimento Brasil Livre com todos os outros pedidos que são todos justos e possuem a sua causa legítima, para que possamos sim, ao final das contas, derrubar este que até agora promoveu o morticínio, o genocídio contra a população brasileira. Contra os cofres públicos. Ele utilizou a a máquina pública para blindar os próprios filhos. Fora Bolsonaro!”, enfatizou o deputado.

Já a deputada Joice Hasselmann declarou que as diferenças ideológicas não são obstáculos para essa união em torno do objetivo de tirar Bolsonaro do poder.

“Genocida, essa é a palavra”, iniciou Joice.

“Eu fico muito feliz de ver aqui que nós temos pessoas que estão acima de qualquer questão ideológica, mas que pensam no Brasil e que pensam na nação. Eu não titubiei em um único momento em assinar esse superpedido de impeachment. Marcelo Freixo chegou e falou para mim, Joice,  será que você assina? Eu falei: agora, agora”, disse a deputada.

“Porque não se trata de uma questão ideológica, se trata do nosso Brasil. Nós temos hoje o pior presidente da história da República. Nós temos hoje o homem que atacou todas as instituições. Alguém que conseguiu desmoralizar, até mesmo, o Exército brasileiro. É algo inacreditável.

“Segundo estudos, não feitos por mim, mas por especialistas, nós poderíamos ter pelo pelos 200 mil mortes a menos se tivéssemos vacinas, distanciamento e uso de máscaras. O que nós temos e um inconsequente, irresponsável, causando mortes. Tirando máscaras de bebezinhos em manifestação. 200 mil mortos é o equivalente ao que mataram as bombas de Hiroshima e Nagasaki. Bolsonaro fez isso com nosso país.  Ele jogou duas bombas no nosso país. Ele matou pessoas. E é matou, não é quis matar. Não é que foi negligente, não, ele matou, porque ele tem a caneta”, afirmou.

“Muitos me perguntam: Mas Joice, você também se posicionou contra outros governos, é verdade? É verdade, mas a minha moralidade não é seletiva a minha legalidade não é seletiva e Bolsonaro conseguiu fazer em dois anos e meio  o pior governo da história desse país”, disse a parlamentar.

Joice lembrou ainda que ela foi a primeira aliada a deixar a base do governo que ajudou a eleger. Era muito  mais fácil para qualquer um fingir que não estava vendo nada”, destacou.

“Eu fiz um discurso um dia desses pedindo perdão ao meu país e ao estado de São Paulo por ter ajudado nessa eleição. Nunca mais, mas nem com uma arma na cabeça, esse homem leva um voto meu”, destacou.

 

Assista ao vídeo:

Saiba quem assina o “superpedido” de impeachment:

Cristina de Faria Cordeiro, presidente da Associação Juízes para a Democracia (AJD);
Gabriel Napoleão Velloso Filho, desembargador do Trabalho e integrante da Associação Juízes para a Democracia (AJD);
Claudia Maria Dadico, Associação Juízes para a Democracia (AJD);
Ana Paula Costa Barbosa, representante do Coletivo Defensoras e Defensores Públicos pela Democracia;
Sheila Santana de Carvalho, da Coalizão Negra por Direitos;
Douglas Belchior, da Coalizão Negra por Direitos;
Symmy Larrat Brito de Carvalho, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais (ABGLT);
Vanessa Patriota da Fonseca, integrante do Fórum Social Mundial Justiça e Democracia (FSMJD);
Mauri José Vieira da Cruz, integrante do Fórum Social Mundial Justiça e Democracia (FSMJD);
Nalu de Faria da Silva, da Marcha Mundial das Mulheres;
Maria Anna Eugênia do Valle Pereira Stockler, representante da 342 Artes;
Raimundo Vieira Bonfim, coordenador-geral da Central de Movimentos Populares (CMP);
Guilherme Boulos, coordenador da Frente Povo Sem Medo;
Alex Sandro Gomes, presidente da Associação Nacional das Torcidas Organizadas do Brasil (Anatorg);
João Paulo Rodrigues Chaves, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST);
José Reginaldo Inácio, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST);
Adilson Gonçalves de Araújo, presidente nacional da Central de Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB);
Edson Carneiro da Silva, presidente da Intersindical Central da Classe Trabalhadora;
Sérgio Nobre, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT);
Atnágoras Teixeira Lopes, da Central Sindical e Popular Conlutas;
Miguel Eduardo Torres, presidente da Força Sindical;
José Gozze, presidente nacional da Pública Central do Servidor;
Edmilson Silva Costa, secretário-geral do PCB;
Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB;
Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT;
José Maria de Almeida, presidente nacional do PSTU;
Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL;
Carlos Lupi, presidente nacional do PDT;
Leonardo Pericles Vieira Roque, presidente nacional da Unidade Popular (UP);
Luciana Santos, presidente nacional do PCdoB;
Rui Costa Pimenta, presidente da Executiva Nacional do PCO;
Heloísa Helena, presidente da Rede Sustentabilidade;
Wesley Elderson Diógenes Nogueira, da Rede Sustentabilidade;
Roberto Freire, presidente Nacional do Cidadania;
Joice Hasselmann, deputada federal (PSL-SP);
Kim Kataguiri, deputado federal (DEM-SP);
Alexandre Frota, deputado federal (PSDB-SP).

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