STF: PGR deve opinar sobre perícia em celular de Zambelli
Ministro Celso de Mello pediu, na mesma decisão em que liberou inquérito sobre declarações de Moro, que a PGR avalie pedido de senador
atualizado
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O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), incluiu na decisão em que permitiu a abertura de inquérito para investigar as denúncias do ex-ministro da Justiça Sergio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro um pedido à Procuradoria-Geral da República (PGR) para se posicionar sobre possíveis apreensão e perícia em telefones celulares da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP).
No despacho da noite desta segunda-feira (27/04), Mello incluiu a solicitação de um parecer da PGR sobre o pedido feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Randolfe solicitou ao STF que determinasse a apreensão de celulares e outros equipamentos eletrônicos da deputada federal, aliada de Bolsonaro e afilhada de casamento de Moro. O oposicionista defende que é necessário periciar os equipamentos para que se confira “o verdadeiro teor” da troca de mensagens entre a parlamentar paulista e o ex-ministro.
“Comunique-se à douta Procuradoria-Geral da República, mediante cópia, o teor da presente decisão, solicitando-lhe, ainda, que se manifeste sobre o pleito formulado pelo Senhor Senador Randolph Rodrigues [o nome da certidão do senador]”, escreveu o ministro do STF.
Na noite de sexta-feira (24/04), dia em que pediu demissão do Ministério da Justiça fazendo uma série de acusações de tentativas de interferência política de Bolsonaro sobre a Polícia Federal, Moro mostrou ao Jornal Nacional, mensagens trocadas com Bolsonaro e com Zambelli pelo WhatsApp. Na conversa com o presidente revelada, Bolsonaro usa uma reportagem que aponta investigação contra deputados bolsonaristas para exigir: “Mais um motivo para a troca” – que seria uma referência à troca de Maurício Valeixo do comando da PF.
Na troca de mensagens com Zambelli, ela suplica ao ministro para que aceite vaga no STF “em setembro”, desde que concorde com a exoneração de Valeixo e a troca pelo diretor da Abin, Alexandre Ramagem. “Vá em setembro para o STF. Eu me comprometo a ajudar. A fazer o JB prometer”, escreveu a deputada. “Prezada, não estou à venda”, devolve Moro.