STF expõe itens destruídos em atos golpistas de 8 de janeiro
Há menos de um mês da tragédia, o Poder se refez e criou um acervo do rastro de destruição que inclui cópia queimada da Constituição Federal
atualizado
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Após ter seu interior totalmente destruído em virtude do ato terrorista de 8 de janeiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) inicia, na manhã desta quarta-feira (1º/2), o Ano Judiciário. Menos de um mês após a tragédia, o Poder se refez e criou um acervo do rastro de destruição deixado pelos bolsonaristas.
Após o 8 de janeiro, que destruiu o plenário da Corte Suprema do país, esta é a primeira vez que os ministros entram no local, agora totalmente reformado. Para que as obras fossem concluídas com menos de um mês, foi necessário formar uma ampla força-tarefa com terceirizadas, funcionários da limpeza, grupos de arquitetos, marceneiros, vidraceiros e restauradores.
A fim de lembrar dos atos para que nunca mais se repitam, a Corte também criou um acervo dos itens que ficaram definitivamente danificados. Em uma das peças, a presidente do STF diz: “Estarmos reunidos neste Plenário três semanas após os ataques criminosos contra a democracia constitucional é a demonstração de que este STF e seus ministros jamais serão intimidados”.
Entre as obras também está uma cópia queimada da Constituição Federal.
Veja o espaço exposto no Salão dos Bustos:
Às 15h, o STF começa seus julgamentos. Já neste primeiro dia, será retomado o julgamento que discute os efeitos de decisão definitiva (transitada em julgado) em matéria tributária quando há, posteriormente, pronunciamento em sentido contrário pelo STF.
Está prevista ainda a análise de tema semelhante. O plenário decidirá sobre os limites da coisa julgada (decisão definitiva), em matéria tributária, na via das ações de controle concentrado e abstrato de constitucionalidade.
Veja imagens da renovação feita no prédio:
O que ocorreu
Motivados pela frustração com a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), bolsonaristas, em Brasília, ocupavam a Base Administrativa do Quartel-General do Exército desde o resultado do segundo turno do pleito.
Sete dias após a posse do petista, vindos de outros estados, os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se juntaram aos que estavam acampados na unidade militar e, no dia 8 de janeiro, se reuniram na Esplanada dos Ministérios pedindo intervenção militar e destituição dos Três Poderes.
Os ânimos efervesceram e, no começo da tarde daquele dia, os apoiadores do ex-mandatário do Brasil invadiram os três prédios que são sedes dos Três Poderes: o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal (STF).
Veja imagens de como ficou a Suprema Corte após os ataques: