Sou da Paz pede a Maia que não vote flexibilização do Desarmamento
O grupo afirma que mais armas nas ruas aumenta violência e entregou documento com 57 assinaturas contra afrouxamento da lei em vigor
atualizado
Compartilhar notícia
Pesquisadores das causas da violência e representantes do Instituto Sou da Paz fizeram nesta segunda-feira (5/2) um apelo ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que não coloque em votação o projeto que flexibiliza o Estatuto do Desarmamento. A proposta ainda não tem data para ser levada ao plenário da Casa.
O grupo entregou um manifesto assinado por 57 pesquisadores que se opõem ao afrouxamento das regras previstas no estatuto. Os pesquisadores apresentaram um estudo mostrando que mais armas de fogo em circulação aumentam a incidência de crimes e mortes violentas. “O presidente disse que não há prioridade para flexibilização do estatuto num futuro próximo”, contou o diretor-executivo do Sou da Paz, Ivan Marques.
Segurança na pauta
Maia disse que pretende colocar em votação antes o Sistema Integrado de Segurança Pública e o projeto costurado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre do Moraes, que endurece a punição para os crimes de tráfico de drogas e armas. “Eu gostaria de construir o acordo na linha que conversei com eles, mas sempre no diálogo”, declarou o presidente da Câmara.
“Se aproveitam do medo da população para conseguir algum tipo de flexibilização. Nosso trabalho é de constante vigilância”, disse o presidente da Sou da Paz.
O projeto, relatado pelo deputado Alberto Fraga (DEM-DF), pretende promover mudanças sensíveis nas regras em vigor. A proposta retira o artigo que exige a obrigatoriedade da declaração da necessidade do uso da arma. Pela lei, “a autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm (Sistema Nacional de Armas)”.
A legislação diz ainda que a autorização “dependerá de o requerente demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física”. Atualmente, a autorização é concedida por um delegado federal. Fraga alega que o critério de concessão hoje é “subjetivo”. “Com o projeto, o cidadão preenche um formulário e praticamente ganha o porte de arma, tirando do governo a capacidade de controlar”, concluiu Marques.