Sob pressão no Congresso, Bolsonaro faz live de 5ª feira
Palácio do Planalto tem sido pressionado para mudar comando do Itamaraty, atualmente chefiado pelo chanceler Ernesto Araújo
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) realizou na noite desta quinta-feira (25/3) a sua já tradicional e semanal transmissão ao vivo nas redes sociais.
Veja como foi:
A live desta quinta ocorre em meio a pressões do Congresso Nacional para que o chefe do Executivo troque o comando do Ministério das Relações Exteriores. Atualmente, o Itamaraty é chefiado pelo chanceler Ernesto Araújo.
Desde que as negociações para a compra de vacinas contra a Covid-19 tiveram início, o governo federal tem enfrentado dificuldades para importar doses e insumos necessários para a produção de imunizantes.
De acordo com interlocutores, a troca no comando do Itamaraty já é dada como certa, com o ministro já sendo visto como “demissionário”. Agora, explicam, trata-se de uma questão de tempo. Um perfil de diplomata sem viés ideológico marcante é cobrado no Congresso Nacional.
Deputados, todavia, destacam que se trata de uma reação espontânea em relação ao trabalho “ruim” do ministro. Eles dizem que não há uma movimentação para indicar um nome, mas para que se troque por alguém que mude a política externa.
Na Câmara, a insatisfação é mais forte por parte da Frente Parlamentar da Agropecuária, que defende que a atual ministra da Agricultura, Tereza Cristina, seja realocada para o Itamaraty.
Entre os deputados da frente, a avaliação é de que Tereza teve bons resultados ao tratar de algumas agendas internacionais, como o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, ao qual o agronegócio brasileiro tem grande interesse.
O Planalto, no entanto, não pretende realocar a ministra no Itamaraty. Apesar de ser bastante elogiada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a ideia, no momento, é buscar um “nome de consenso” entre aliados, até para o governo ganhar mais sustentação entre os políticos.
Há ainda a avaliação de que a saída de Araújo do governo não ocorrerá pela sua postura à frente do Itamaraty, uma vez que, segundo aliados, o chanceler segue um discurso que agrada a Bolsonaro.
Confirmada a saída do ministro, ela terá sido feita, explicam interlocutores, em favor da “nova imagem” do presidente, que, recentemente, trocou o comando do Ministério da Saúde por um perfil técnico e passou a defender a vacinação em massa.