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“Só peço: não divulga a fita toda”, diz Bolsonaro a Celso de Mello

Presidente voltou a dizer que encontro tratou de “questões reservadas”. Ministro do STF deve decidir sobre liberação do material até esta 6ª

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1 de 1 Bolsonaro com a máscara da Polícia Militar - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu, durante transmissão ao vivo nas redes sociais realizada nesta quinta-feira (21/05), ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, que não libere a íntegra do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril.

O encontro foi mencionado pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro como prova de que o presidente Jair Bolsonaro havia tentado interferir na Polícia Federal, o que resultou na abertura de um inquérito na Suprema Corte para apurar suposta interferência do presidente na corporação.

O decano Celso de Mello recebeu a gravação na segunda-feira (18/05) e deve decidir até o fim desta semana se torna público todo o conteúdo do vídeo ou apenas os trechos que fazem referência explícita ao inquérito.

“Eu tô adiantando a decisão do ministro Celso de Mello: não tem nada, nenhum indício de que porventura eu interferi na Polícia Federal naquelas duas horas de fita. Agora, só peço: não divulga a fita toda. Tem questões reservadas, tem particularidades ali. O resto, o que eu falei, tem dois pedacinhos de 15 segundos que eu falei de política externa que não pode divulgar. O resto, divulga. Tem bastante palavrão, tá? Peço pro pessoal não assistir, é uma reunião reservada. Se o ministro resolver divulgar, vou cumprir a decisão judicial, tá certo?”, disse Bolsonaro durante a transmissão.

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Bolsonaro quando sofreu o atentado, em 2018
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O presidente arriscou ainda que, na decisão, Celso de Mello “vai dizer que não houve uma palavra falando em Polícia Federal, nem mexer na Superintendência do Rio de Janeiro, de outros estados”. “Tem um dado momento que eu critico a inteligência da Polícia Federal, das três Forças Armadas e também uma pequena crítica à Abin”, acrescentou.

Na semana passada, a Advocacia-Geral da União divulgou trechos da reunião citada por Moro. As transcrições revelaram contradições entre o que o presidente Bolsonaro disse no dia 22 de abril e aquilo que ele vinha afirmando desde o dia em que o ex-ministro deixou o governo acusando o chefe do Executivo de tentar interferir na PF. “Não existe no vídeo a palavra Polícia Federal nem superintendente”, dizia o presidente a jornalistas quando questionado sobre o assunto.

Um dos trechos da transcrição da AGU entregue ao STF diz: “Eu não vou esperar foder minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele. Se não puder trocar o chefe. Troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira (…)”.

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