Siqueira, do PSB, pede apoio de Lula para Márcio França, em São Paulo
A ideia de que Haddad abra mão de candidatura ao governo de SP não é bem aceita entre petistas, que apostam na fissura do campo conservador
atualizado
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Em reunião com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta terça-feira (5/10), o presidente do PSB, Carlos Siqueira, colocou o apoio do PT à candidatura de Márcio França ao governo de São Paulo como prioridade do partido e condição para que o PSB dê o apoio formal à candidatura do petista ao Palácio do Planalto em 2022.
No encontro, Siqueira apresentou a prioridade do partido: eleger governadores no máximo de estados possível, e apontou, além de São Paulo, a intenção de lançar candidaturas fortes ao governo em Pernambuco, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.
De acordo com Siqueira, Lula se comprometeu em conversar na próxima semana com Márcio França para saber onde será possível avançar no apoio a uma candidatura com o PSB como cabeça de chapa.
“Deixei claro para o presidente que São Paulo e Pernambuco são os dois focos essenciais, onde o partido tem expressão maior e tem lideranças históricas que precisam ser tratadas com muito cuidado, sem nenhum descaso para os demais interesses. São dois focos para o PSB”, afirmou Siqueira.
Nas redes sociais, Lula comemorou o reencontro com os integrantes do PSB. “Estamos juntos na luta”, disse.
Veja:
Importante reencontro com os companheiros do PSB para avaliar a conjuntura política. Temos compreensão dos desafios que se impõem para derrotar esse governo que tanto castiga nosso povo. Estamos juntos na luta, @MarceloFreixo, @csiqueirapsb, @alessandromolon!
📷 @ricardostuckert pic.twitter.com/ofdL8TFYNr
— Lula (@LulaOficial) October 5, 2021
Além de Siqueira, participaram da reunião com Lula o ex-governador do Distrito federal Rodrigo Rollemberg e os deputados federais Alessandro Molon, Marcelo Freixo, Bira do Pindaré e Danilo Cabral (PE), líder do PSB na Câmara.
Nesse caso, o PT teria que abrir mão de lançar o ex-prefeito da capital paulista e ex-presidenciável Fernando Haddad ao governo.
“Trata-se de um processo, vamos construir aos poucos, e temos tempo para isso”, disse Siqueira, ao fim da reunião.
“Queremos uma conversa mais produtiva sobre São Paulo, porque Márcio é pré-candidato. Lula se comprometeu a conversar com Márcio na semana que vem.”
Fissura
Entre integrantes do PT, no entanto, a ideia de que Haddad abra mão de uma candidatura não está posta. Há uma avaliação de que o campo conservador no estado está rachado entre os que apoiam o atual governador, João Doria (PSDB), e os que não apoiam. Essa fissura, na avaliação de petistas pode favorecer neste momento uma candidatura petista.
“Atmosfera política”
“[Lula afirmou] Que é importante essa aliança com PSB e outros partidos, que vai se esforçar para manter. Mas que, se aqui e ali não for possível, vai respeitar as decisões e, mesmo que não seja possível chegar a uma posição muito respeitosa, se não for possível chegar a um acordo no 1º turno, tem 2º turno, mas a atmosfera reinante é de que há possibilidade de um entendimento, dependendo claro de uma engenharia, que é complexa”, disse Siqueira.
“Não estamos apostando no fracasso da nossa relação. Esperamos esforço do PT e vamos também fazer nosso esforço para agilizar, porque não tem nada assegurado. É processo relativamente longo e complexo, e é preciso que as duas partes sejam cuidadosas nesse processo”, enfatizou.
Vice
Siqueira também não descartou a hipótese de Haddad compor a chapa a ser encabeçada por França. “Pode estar, por que não? Aí teria que construir qual é o futuro dessa chapa. Se o PT concordar. Eu acho (que é viável). Sei que o que nós temos é uma pré-candidatura e queremos apoio”, disse. “Esse é o esforço de colaboração recíproca entre os dois partidos que tradicionalmente estiveram juntos.”
“O Márcio é candidato a governador, com o PT e outros partidos que ele conseguir articular”, disse Siqueira ao fim da reunião com o ex-presidente em Brasília.
PDT
Apesar de ser do partido de Ciro Gomes (PDT), o senador Weverton (PDT-MA) também se reuniu com Lula para pedir apoio à sua candidatura ao governo do Maranhão. O senador apontou que não vê problema algum de montar um palanque duplo no estado, ou seja, ter o apoio dos dois candidatos à presidência.