Silvio Costa Filho é preferido para relatar arcabouço fiscal na Câmara
Escolha de Silvio Costa Filho para ser o relator do arcabouço fiscal é dada como certa por deputados governistas e pela oposição
atualizado
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O deputado federal Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE) apareceu como nome certo para ser o relator do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados. Parlamentares governistas e de oposição ouvidos pelo Metrópoles dizem que, nos bastidores, a escolha do congressista é considerada fechada.
Conhecido por ser uma ponte entre o Republicanos, ligado à Igreja Universal, e o novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado é o primeiro nome na lista do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), por convergir interesses.
Entretanto, Lira enfrenta uma pressão interna. O PP defende que o novo arcabouço fiscal tenha relatoria do partido, mas nenhum nome foi apresentado até o momento.
Um parlamentar ligado ao governo em caráter reservado explicou que Fernando Haddad, ministro da Fazenda, defende a indicação de Silvio Costa Filho na relatoria, devido à “sintonia com pautas econômicas”, mas que no final, quem decide é Arthur Lira.
O PT tenta se aproximar do Republicanos de Marcos Pereira, que também é vice-presidente da Câmara. Pereira já declarou que se manterá independente na Casa em relação ao novo governo petista.
Apesar das negociações, há quem crave o nome do parlamentar. “Será ele”, declarou um deputado do PL, em caráter reservado. “É uma escolha política. Silvio Costa Filho transita bem”, completou. Outros corroboraram com a informação.
O Metrópoles tentou entrar em contato com o deputado, mas não obteve resposta até essa publicação.
Viagem à China
Nesta semana, Lula indicou que a divulgação do novo arcabouço fiscal ocorrerá após a viagem à China, marcada para chegar em 26 de março, com retorno em 31 de março.
Segundo Lula, é preciso “discutir um pouco mais” a proposta. Apesar disso, Lula e a equipe econômica afirmam que a proposta já está madura.
“É preciso discutir um pouco mais. A gente não tem que ter a pressa que algumas pessoas do setor financeiro querem. Eu vou fazer o marco fiscal, eu quero mostrar ao mundo que eu tenho responsabilidade. Aliás, eu sempre digo: não tem governo nenhum neste país que foi mais sério que nós fomos nos oito anos em que eu presidi este país”, afirmou em entrevista ao vivo à TV 247, concedida do Palácio do Planalto.
Arcabouço
O arcabouço fiscal é uma série de regras econômicas e fiscais a serem obedecidas pela gestão do país. Essas normas vão substituir o teto de gastos, que é a atual regra em vigor no país, aprovada durante o governo de Michel Temer, e que pretendia controlar os gastos públicos para tentar deixar as contas no azul. O objetivo de ambos é o mesmo.
O novo arcabouço fiscal deve trazer mais credibilidade e segurança jurídica para o país, amenizando as incertezas em relação aos gastos públicos. Ou seja, amenizando as desconfianças dos investidores em relação ao Brasil, a expectativa é de que, no médio e longo prazo, a taxa de juros (Selic) baixe – atualmente, em 13,75% ao ano.