Sete em cada 10 deputados lobistas tentam reeleição
Dos 513 parlamentares, 285 são defensores de servidores, evangélicos, segurança pública e agronégocios
atualizado
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Sete de cada dez deputados que atuam nas quatro principais bancadas suprapartidárias do Congresso – servidores, evangélicos, bala e agronegócio – vão tentar a reeleição neste ano. Dos 513 deputados atualmente no país, 285 participam diretamente da defesa de demandas dos setores. Em abril, por exemplo, o grupo conseguiu derrubar um pacote de vetos do Palácio do Planalto para o setor do agronegócio. A conta gerou perda de arrecadação de R$ 15 bilhões.
A bancada evangélica da Casa é a que proporcionalmente tentará reeleger mais membros este ano. De acordo com os registros de candidaturas atualizados até sexta-feira (17/8), pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 84% dos 82 parlamentares integrantes desse grupo estão concorrendo para retornar ao mesmo cargo em 2019.
Apenas 13 dos atuais parlamentares da bancada não concorrem nestas eleições como deputado federal. Entre eles está o Cabo Daciolo (Patriota-RJ), candidato à Presidência da República, outros cinco que buscam o Senado, três postulantes a deputados estadual e distrital, um candidato a governador, um a vice-governador e dois que não participam da disputa eleitoral.
A bancada é um dos quatro mais poderosos lobbies do parlamento. Para a próxima legislatura, um dos objetivos é evitar mudanças em questões ligadas ao aborto e às drogas, temas que os parlamentares evangélicos, em sua maioria, se posicionam contrariamente quando se trata da descriminalização.
Os deputados da bancada vêm como natural a quantidade expressiva de reeleições. “Por representar aproximadamente metade da população, responsáveis por professar fé evangélica, é natural para deputados com esse alinhamento se sentirem autorizados a buscar a renovação de espaço”, afirma o deputado João Henrique Caldas (PSB-AL).
“A bancada é unida”, diz o deputado Missionário José Olímpio (DEM-SP). Se o grupo mantiver sua força na próxima legislatura, Olímpio afirma que os parlamentares vão defender pautas conservadoras como a crítica à questão do aborto. “O Supremo, ao meu ver, tem extrapolado sua competência. A alteração do tratamento legal conferido ao aborto deve ser feito pelo Poder competente, no caso o legislativo”, diz.
Campo
A corrida para a reeleição também é expressiva nas demais bancadas, como a do agronegócio. Com participação de ao menos 119 deputados federais, ela também tenta em peso a reeleição. Do grupo, 77% dos parlamentares registraram candidaturas para o cargo de deputado federal neste ano.
O lobby dos servidores, que conta atualmente com ao menos 132 parlamentares na Casa, tem 98 deputados com as candidaturas registradas no TSE. Dos 32 deputados integrantes da bancada da bala, 22 vão concorrer.