Servidores do Judiciário fazem vigília no Congresso por reajuste
Veto da presidente Dilma à proposta que aumenta salários da categoria em até 78,56% está na pauta de votação, que deve avançar a madrugada desta quarta (23/9)
atualizado
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Cerca de três mil manifestantes, segundo a Polícia Militar, realizam um protesto com buzinaço em frente ao Congresso Nacional, na noite desta terça-feira (22/9). O objetivo é pressionar os parlamentares para a derrubada dos vetos presidenciais a matérias que integram a chamada pauta-bomba e que poderia anular o esforço do governo em fazer o ajuste fiscal.
Com buzinas e faixas contra a presidente Dilma Rousseff, a maior parte dos manifestantes defende a derrubada do veto que barrou o reajuste de até 78,56% para os servidores do Judiciário. Há faixa pedindo também o impeachment da presidente Dilma. Os servidores estavam dentro do Congresso (vídeo) e no gramado, do lado de fora.
As irmãs Maria Célia Lima Silva, 53 anos, e Maria Helena de Lima, 56, chegaram à manifestação às 16h. Acenderam algumas velas “para trazer um pouco de luz à votação”. As duas são servidores do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDF). André Souza e a mulher Maricleuma Souza vieram do Amapá. “Estamos aqui porque queremos uma resposta”, disse ela, que é servidora da Justiça Federal.
Durante todo o dia, manifestantes fizeram pressão sobre os parlamentares nos corredores da Câmara e do Senado. A sessão do Congresso que vai apreciar os 32 vetos presidenciais começou por volta das 20h, presidida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
A sessão já foi adiada algumas vezes e o Planalto trabalhava para que ela fosse adiada novamente. No entanto, por causa da disparada do dólar, a presidente Dilma pediu que o Congresso realizasse a sessão o mais rapidamente possível. Para derrubar qualquer um dos 32 vetos da pauta são necessários os votos de, pelo menos, 257 deputados e 41 senadores conjuntamente. O governo teme o impacto fiscal da derrubada dos vetos, que giraria em torno de R$ 127,8 bilhões até 2019, segundo cálculos do próprio governo.
A derrota no Senado já é dada como certa pelo governo, que trabalha para manter os vetos na Câmara dos Deputados. O fiel da balança, mais uma vez, será o PMDB.