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Sérgio Machado relata repasse de R$ 18,5 milhões a Sarney

As doações oficiais foram pagas pelas construtoras Camargo Corrêa (R$ 1,25 milhão) e Queiroz Galvão (R$ 1 milhão), contratadas da Transpetro. Os valores foram repassados em 2012

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Jefferson Rudy/Agência Senado
Imagem colorida de José Sarney falando e gesticulando com as mãos
1 de 1 Imagem colorida de José Sarney falando e gesticulando com as mãos - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou, em sua delação premiada com a Operação Lava Jato, que o ex-presidente José Sarney recebeu R$ 18,5 milhões do dinheiro de propina da subsidiária da Petrobras, dentro da conta do PMDB, durante o período em que ele dirigiu a companhia (2003 a 2015). Desse montante, R$ 2,2 milhões teriam sido repassados em doações eleitorais oficiais, nas campanhas de 2012 e 2010.

“Durante a gestão do depoente na Transpetro foram repassados ao PMDB, segundo se recorda, pouco mais de R$ 100 milhões, cuja origem eram propinas pagas por empresas contratadas. Desse valor, R$ 18,5 milhões foram repassados a José Sarney”, afirmou Machado, no termo de 4 de sua delação, tornada pública na tarde desta quarta-feira, pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

As doações oficiais foram pagas pelas construtoras Camargo Corrêa (R$ 1,25 milhão) e Queiroz Galvão (R$ 1 milhão), contratadas da Transpetro. Os valores foram repassados em 2012.

“As doações era em geral feitas formalmente ao Diretório Nacional do PMDB e em alguns casos para o Diretório do Maranhão, por vezes até para outro partido”, explicou Machado, que busca a redução de pena na Lava Jato. “Mas era carimbadas para Sarney, consistindo isso no conhecimento que era transmitido aos organismos partidários de que as doações em questões seria controladas por Sarney.”

Machado gravou conversas com o ex-presidente e ex-senador do PMDB na tentativa de reduzir sua pena. O conteúdo das conversas, em que tratam sobre tentativas de travar a Lava Jato, resultaram em pedido de prisão de Sarney feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

O pedido foi negado pelo ministro relator da Lava Jato no Supremo, Teori Zavascki, nesta terça-feira, 14. Nesse despacho, ele torna pública a delação de Machado.

O delator afirmou que o restante dos R$ 18,5 milhões de propina a Sarney foram entregues em dinheiro. Sua defesa montou planilhas para mostrar quanto foi pago ano a ano e de que forma para entregar à Procuradoria, durante as negociações da delação. Nela, Machado relata que foi procurado em 2006 por Sarney, que pediu ajuda financeira para manter sua base política no Amapá e no Maranhão.

Segundo ele, os repasses começaram com uma entrega de R$ 500 mil em espécie, até chegar às doações.

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