Senadores pedem que Moraes investigue ligação de prefeito flagrado com R$ 505 mil e atos de 7/9
Parlamentares suspeitam que dinheiro seria utilizado no financiamento de atos antidemocráticos, previstos para o 7 de Setembro
atualizado
Compartilhar notícia
Senadores que integram a CPI da Covid-19 solicitaram ao presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), que comunique o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre os indícios de financiamento de possíveis atos antidemocráticos previstos para serem realizados em Brasília, no feriado de 7 de Setembro.
O pedido partiu do senador Humberto Costa (PT-PE), que denunciou a recente apreensão, pela Polícia Federal, de R$ 505 mil no aeroporto de Congonhas (SP). O elevado montante de dinheiro estava em posse do prefeito de Cerro Grande do Sul, Gilmar João Alba. O caso ocorreu na última quinta-feira (26/8).
Segundo Costa, o prefeito do município gaúcho tentava trazer o dinheiro para Brasília. “Temos indícios de que esse recurso viria para financiar esse ato contra a democracia, no dia 7 de setembro. Mas não somos nós que vamos investigar. Por isso, peço que envie ao ministro Alexandre de Moraes para que ele possa tomar as medidas cabíveis.”
O petista destacou que o episódio pode ser parte de “uma grande grande articulação que envolve milhões de reais” para financiar os atos. O pedido do senador foi endossado pelo vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
“Essa informação dá conta do financiamento de crimes contra ordem democrática. É urgente o encaminhamento, a partir da notícia do fato, para tomada de todas as previdências. Pode dar conta de um fio de meada, de um esquema criminoso de financiamento de atos contra a democracia”, disse o senador.
Inquérito das Fake News
Moraes é relator do inquérito que apura envolvimento de atores políticos na disseminação de fake news e na organização de atos antidemocráticos contra a Corte, em todo o país.
A investigação sobre a disseminação de fake news foi aberta em 2019, por determinação do então presidente do STF, Dias Toffoli. O inquérito sobre os atos antidemocráticos foi autorizado em abril de 2020, a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras.
O inquérito permitiu identificar ameaças e agressões a ministros, feitas por meio da internet. A maior parte dos casos foi enviada para instâncias inferiores, porque trata de pessoas sem direito a foro especial.